Publicada em 07/08/2025 às 14h39
Porto Velho, RO – Os senadores Jaime Bagattoli e Marcos Rogério, ambos do PL de Rondônia, divulgaram nesta quinta-feira (7) um vídeo conjunto nas redes sociais celebrando supostas vitórias obtidas após quase três dias de obstrução no Congresso. A publicação, feita no perfil oficial de Bagattoli e compartilhada por Rogério, inclui um texto que apresenta como conquistas a articulação para abertura de um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, a promessa de pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e a proposta de extinção do foro privilegiado. Na prática, as pautas defendidas pelos senadores favorecem diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, correligionário deles. A proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, apresentada como abrangente, incluiria também o ex-mandatário. Já o fim do foro privilegiado permitiria que ele fosse julgado em primeira instância, por um juízo comum, em processos futuros.
De acordo com nota divulgada pela assessoria do senador Jaime Bagattoli, houve diálogo direto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a urgência na votação das duas matérias. Segundo a oposição, o compromisso firmado seria o de pautar tanto a anistia quanto o fim do foro privilegiado já na próxima semana. As duas propostas faziam parte do pacote de reivindicações do grupo que ocupou a Mesa Diretora da Câmara durante os protestos.
Na publicação, Bagattoli afirma que a oposição também conseguiu reunir o número necessário de assinaturas para formalizar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado Federal. “O povo nos confiou essa missão e conseguimos as 41 assinaturas necessárias para entrar com o pedido de impeachment do Alexandre de Moraes. Agora, cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, obedecer a vontade da maioria da casa e dar andamento a isso”, declarou.
O senador também se manifestou sobre as propostas em discussão. “O foro privilegiado precisa ser revisto para que isso não continue a ser uma forma de chantagem do STF contra os parlamentares. Já sobre a anistia, tenha certeza de que quando ela chegar ao Senado não faltará apoio para que alcancemos a pacificação do país. Precisamos que o Congresso Nacional retome para si a responsabilidade de legislar”, acrescentou Bagattoli.
Apesar das declarações públicas feitas pelos parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, negou qualquer tipo de acordo com a oposição para retomar os trabalhos na Casa. Em entrevista à imprensa, Motta afirmou que o funcionamento do plenário foi restabelecido sem condicionamentos.
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“A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não estão vinculadas a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”, declarou.
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Ainda durante a crise, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que inicialmente havia afirmado que houve compromisso para a votação da anistia, voltou atrás e pediu desculpas públicas a Hugo Motta. “Com vossa excelência não fui correto e te peço perdão. Não fui correto no privado, mas faço questão de pedir perdão em público”, disse o parlamentar. Sóstenes também negou qualquer tipo de chantagem institucional e declarou que procurou o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tentar intermediar o diálogo durante os momentos de maior tensão.



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