Publicada em 09/06/2025 às 15h39
Porto Velho, RO – Durante participação no programa A Voz do Povo, da Rádio Caiari, o vice-governador de Rondônia e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Gonçalves, do União Brasil, confirmou sua pré-candidatura ao governo nas eleições de 2026 e afirmou que pretende concentrar sua atuação, caso eleito, na área da saúde. “Eu sou pré-candidato ao governo, justamente pra gente poder continuar avançando em tanta coisa boa que a gente tem que construir ainda no Estado”, declarou. Segundo ele, sua principal bandeira será a saúde pública.
O vice-governador também abordou temas polêmicos, como a pavimentação da BR-319. Respondendo ao ouvinte Cândido, que questionou o impacto da rodovia para o escoamento da produção entre Rondônia e Amazonas, Gonçalves afirmou: “A BR-319 é mais do que uma necessidade. É inadmissível, num país como o nosso, ter duas cidades gigantes como Porto Velho e Manaus sem uma ligação decente por terra”. Em resposta à menção do “dedo da Marina Silva” sobre o tema, disse que “precisamos ter um equilíbrio entre a questão ambiental e a vida real do povo”.
O assunto das reservas ambientais também surgiu na entrevista. Questionado sobre possíveis entraves à expansão da produção agropecuária, Gonçalves argumentou que a tecnificação no campo permite ganhos de produtividade mesmo em áreas menores. “Você pode aumentar a produtividade em pouco espaço de terra”, pontuou, citando como exemplo culturas que têm aumentado sua produção mesmo com redução de área plantada.
Outro tema em destaque foi a taxa de desemprego. De acordo com Gonçalves, Rondônia atingiu a segunda menor taxa de desocupação do país no primeiro semestre de 2025. Ele atribui o resultado à confiança do empresariado, programas de incentivo e apoio à instalação de novas indústrias. “Esse índice reflete a saúde econômica que temos. Em algumas cidades está faltando gente porque está todo mundo empregado”, afirmou. Segundo ele, 50 novas indústrias estão em implantação no estado com apoio da Investe Rondônia, programa criado em 2019.
Sobre o perfil dos trabalhadores, o vice-governador destacou a situação de jovens em busca do primeiro emprego e de pessoas de meia-idade que estão fora do mercado. Gonçalves citou o programa Geração Emprego, voltado à intermediação de mão de obra, inclusive para jovens sem experiência e para trabalhadores maduros: “Hoje temos empresas que estão disputando a tapa esse colaborador”, afirmou.
Questionado pelo apresentador Arimar Souza de Sá sobre a vocação exportadora de commodities do estado, Gonçalves reconheceu a necessidade de agregar valor aos produtos primários e destacou que isso depende de ganho de escala. “Para ter uma fábrica, é preciso volume mínimo de insumos produzidos na proximidade”, disse, citando o leite e o cacau como exemplos de cadeias produtivas em processo de maturação para posterior industrialização.
O crescimento do setor agropecuário também foi tema da entrevista. De acordo com o vice-governador, as exportações de Rondônia passaram de 59 milhões de dólares no ano 2000 para 2,7 bilhões em 2024. “Saltamos de 60 para 298 itens diferentes exportados. A grande pauta é carne e soja”, informou. Ele destacou ainda a inserção de frigoríficos locais no mercado chinês, o que tem favorecido o setor da pecuária.
Ainda sobre Porto Velho, Gonçalves rebateu a afirmação de que o distrito industrial da capital pouco avançou. Segundo ele, há atualmente cerca de 30 indústrias ativas e outras em fase de construção. “Organizamos a casa, regularizamos terrenos e estamos melhorando a infraestrutura”, disse. Ele também mencionou programas como o Proamp e o Refaz como alternativas para apoio a pequenos empresários, empreendedores com CNPJ e trabalhadores informais.
A respeito do salário mínimo estadual, tema levantado pelo ouvinte professor João Newton, Gonçalves defendeu o fortalecimento do ambiente de negócios como meio de elevar os rendimentos dos trabalhadores. “Acreditamos na liberdade econômica. Estamos trabalhando para aumentar a renda com base no crescimento e na qualificação”, declarou.
Ao final da entrevista, o vice-governador recebeu manifestações de apoio de ouvintes e afirmou que os retornos da população são fundamentais para guiar sua atuação. “Nada é 100% bom e nada é 100% ruim. Sempre vai ter o que melhorar”, concluiu.
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