Publicada em 17/06/2025 às 10h02
PORTO VELHO (RO) - Os senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Jaime Bagattoli (PL-RO) levantaram suspeitas sobre a gestão do Banco da Amazônia (Basa), principal operador do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), e solicitaram providências junto às comissões do Senado para apurar possíveis irregularidades envolvendo contratos milionários com consultorias suspeitas e investimentos em instituições financeiras em situação delicada.
Durante reunião da Comissão de Transparência, Marcos Rogério declarou que há indícios de operações sem as garantias devidas, envolvendo inclusive instituições em recuperação judicial.
“As informações que eu tenho recebido me parecem graves. Tratos milionários estão sendo celebrados no âmbito do Banco da Amazônia, com contratações de consultorias suspeitas e aplicações em banco em recuperação judicial, sem garantias”, disse o senador.
Segundo ele, o Basa precisa prestar contas à sociedade, especialmente por administrar recursos do FNO, fundamentais para o desenvolvimento da Região Norte. “Cuidar do Basa é cuidar da Amazônia. É o principal instrumento de fomento econômico da nossa região”, completou.
Já no plenário do Senado, o senador Jaime Bagattoli reforçou a gravidade das denúncias e propôs a convocação do presidente do banco para depor na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele apresentou números que, segundo ele, revelam uma escalada de gastos sem a devida justificativa.
“Nos últimos dez anos, o Basa gastou R$ 15 milhões com consultorias. Só em 2023, esse valor saltou para R$ 183 milhões! Isso precisa ser esclarecido”, declarou Bagattoli.
O parlamentar também denunciou a aplicação de R$ 40 milhões no Banco Master, instituição cuja venda ao BRB enfrenta entraves judiciais. Além disso, mencionou o financiamento de aproximadamente R$ 54 milhões com recursos do FNO.
“O Basa deveria estar ajudando o pequeno produtor rural, o pequeno empreendedor da Amazônia. Mas hoje, isso não está acontecendo. E parte da culpa é da excessiva burocracia ambiental, sim, mas outra parte pode estar nessas decisões questionáveis de aplicação de recursos”, afirmou.
No último dia 5 de maio, o Banco da Amazônia divulgou nota sobre a operação envolvendo o Banco Master, alegando que a instituição é sólida, auditada e atua conforme as regras do Banco Central.
“No caso em análise, o Banco da Amazônia realizou operação de aquisição de R$ 39 milhões de Letras Financeiras Seniores do Banco Master entre abril e junho de 2024, com prazo de vencimento de menos de dois anos, padrão para a modalidade. Quando da aquisição, o rating do Banco conforme avaliação da Fitch Ratings era de baixo risco de inadimplência “BBB”“, afirma a nota.
“Ressaltamos que a aquisição dessas letras financeiras, bem como de todos os ativos adquiridos pela tesouraria, percorrem todo um processo de aprovação estabelecido pela governança e seguiu todas as políticas e normas da instituição. A operação, ainda, está alinhada com o plano de aplicação dos recursos da tesouraria, tendo sido validado pelas áreas técnicas e aprovado por todas as instâncias colegiadas do Banco da Amazônia.”
Comentários
Seja o primeiro a comentar!