
Publicada em 21/06/2025 às 17h36
O estudante e ativista Mahmoud Khalil, símbolo dos protestos pró-palestinos na Universidade de Columbia, foi libertado nesta sexta-feira (20) após mais de três meses detido por autoridades de imigração dos Estados Unidos. Nascido na Síria, de origem palestina, casado com uma cidadã americana e pai de um bebê nascido no país, Khalil foi solto por ordem do juiz federal Michael E. Farbiarz, de Newark (Nova Jersey), que autorizou sua saída sob fiança até a conclusão do caso. Com informações da Band.
Khalil deixou o centro de detenção do ICE em Jena, Louisiana, onde estava detido desde março. “Trump e seu governo escolheram a pessoa errada para isso”, afirmou ao deixar a prisão, vestindo uma kufiya — tradicional lenço palestino. Ele agora deve se reunir com a esposa, Noor Abdalla, e o filho recém-nascido em Nova York.
O governo do presidente Donald Trump havia solicitado sua deportação, alegando fraude no pedido de green card, ao supostamente omitir informações sobre sua atuação em entidades e trabalhos no exterior. No entanto, o juiz Farbiarz rejeitou o argumento como justificativa suficiente para mantê-lo detido.
Desde sua prisão, Khalil se tornou o único manifestante pró-Palestina ainda encarcerado entre os detidos durante protestos contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza. Sua detenção ganhou repercussão internacional e passou a ser vista como parte da ofensiva da administração republicana contra o movimento estudantil que critica as ações israelenses.
Apesar da libertação, Khalil não poderá deixar os Estados Unidos — exceto em caso de autodeportação — e enfrentará restrições para viagens internas. Sua esposa celebrou a decisão judicial, mas destacou que a medida não repara os danos causados: “Mahmoud nunca deveria ter sido separado de seu filho. O que o governo Trump fez com nossa família é apenas um exemplo do esforço para silenciar quem denuncia o genocídio contra os palestinos”.
A libertação foi duramente criticada por membros do governo. Tricia McLaughlin, porta-voz do Departamento de Segurança Nacional, classificou a decisão como um "exemplo de membros do Judiciário minando a segurança nacional". A detenção de Khalil se baseava em uma lei de 1952, defendida por autoridades como o senador Marco Rubio, que o acusavam de representar riscos aos interesses americanos.
Desde o início da campanha contra estudantes pró-Palestina, mais de mil vistos e residências permanentes foram suspensos ou revogados nos EUA.
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