Publicada em 21/07/2025 às 15h07
O Reino Unido e outros 24 países, incluindo França, Canadá e Japão, fizeram um apelo pelo "fim imediato" da guerra na Faixa de Gaza, em um comunicado conjunto publicado nesta segunda-feira (21).
"Nós (...) nos reunimos para enviar uma mensagem simples e urgente: a guerra em Gaza deve cessar imediatamente", escrevem os signatários, que consideram que "o sofrimento dos civis em Gaza atingiu novos níveis". (Veja mais abaixo a lista completa de países signatários do documento, e a íntegra da carta)
Os países signatários da carta são Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido. A declaração também foi assinada pela Comissária europeia de Igualdade, Hadja Lahbib.
"O modelo de distribuição de ajuda implementado pelo governo israelense é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os habitantes de Gaza de sua dignidade humana (...) É assustador que mais de 800 palestinos tenham sido assassinados enquanto tentavam obter ajuda", afirmam os ministros.
Os cerca de dois milhões de palestinos cercados por Israel em Gaza enfrentam uma grave crise humanitária e correm risco de fome extrema após mais de 21 meses de conflito, desencadeado por um ataque terrorista sem precedentes do grupo terrorista Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, rebateu a declaração divulgada pelos países, que chamou de "desconectada da realidade", e os acusou de "passar a mensagem errada" ao Hamas.
"A declaração falha em concentrar a pressão sobre o Hamas e não reconhece o papel e a responsabilidade do Hamas na situação (...) O Hamas é o único responsável pela continuidade da guerra e pelo sofrimento de ambos os lados", escreveu Marmorstein em publicação no X.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), uma controversa organização americana, começou suas operações de distribuição de ajuda humanitária no final de maio, após um bloqueio humanitário total de mais de dois meses imposto por Israel. O governo israelense coordena a distribuição e é alvo de críticas por parte de diversos países e pela ONU.
Desde então, relatos de mortes de palestinos próximos a pontos de distribuição de ajuda humanitária têm sido quase diários. Na última terça-feira, a ONU informou ter contabilizado 875 pessoas mortas ao tentar conseguir alimentos desde o final de maio, das quais 674 morreram "perto dos locais da GHF".
"A recusa do governo israelense em fornecer assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável", denunciam. Os signatários também exigem a libertação dos reféns "cruelmente detidos" pelo Hamas.
Além disso, o grupo de países expressou sua firme oposição a qualquer iniciativa destinada a modificar o território ou a demografia nos territórios palestinos ocupados, como o projeto para a construção de um enclave no sul de Gaza, chamado de "cidade humanitária" pelo governo de Israel, para onde todos os palestinos seriam direcionados
Além da presença do governo belga na carta, o rei Felipe da Bélgica chamou a situação em Gaza de "uma desgraça à humanidade", manifestação considerada rara, já que o rei não costuma falar publicamente sobre assuntos internacionais.



Comentários
Seja o primeiro a comentar!