
Publicada em 03/07/2025 às 10h25
Porto Velho, RO – O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (EMDUR), Bruno Holanda, revelou durante entrevista ao podcast Resenha Política, conduzido por Robson Oliveira e transmitido exclusivamente pelo Rondônia Dinâmica, que a autarquia municipal montou uma operação em conjunto com a Polícia Militar para tentar frear os recorrentes furtos de cabos de cobre da rede de iluminação pública de Porto Velho. A ação, batizada de “Fio Desencapado”, resultou em quatro prisões em flagrante e na recuperação de luminárias exclusivas da empresa pública.
Holanda, membro da gestão Léo Moraes, do Podemos, detalhou que, além do prejuízo material, os furtos afetam diretamente a segurança da população. “É um dano enorme para a sociedade. Estão roubando tudo: cabos, luminárias, tampa de bueiro. E quando você vai ver um trecho apagado, geralmente é furto de cabo”, afirmou.
Segundo ele, os responsáveis pelo crime revendem os materiais furtados a pequenas sucatarias, muitas das quais operam durante a madrugada. Essas, por sua vez, repassam os itens para grandes centros de reciclagem, aparentemente legalizados. “Mapeamos a cadeia. As pequenas sucatinhas funcionam perto de bocas de fumo. O sujeito vende o cobre, pega o dinheiro e compra droga. Depois, o material vai para sucatas maiores, com alvará”, explicou.
Diante da situação, a EMDUR implantou um sistema de monitoramento com sensores de telegestão em locais considerados críticos, como a Avenida Campos Sales até a Unir. Os aparelhos, que custam R$ 250 cada, detectam falhas em tempo real e ajudaram a manter operante uma rede de 380 pontos de luz. “Com mil reais, resolvemos um problema que estava lá havia anos”, disse Holanda.
Outro tema abordado na entrevista foi o uso de mão de obra de reeducandos em obras de iluminação. Com o fim dos contratos com empresas terceirizadas, a EMDUR firmou convênio com a Fupen (Fundação de Amparo à Execução Penal) para utilizar presos em regime semiaberto. Segundo Holanda, a medida permitiu economizar recursos e promover a reintegração social. “Uma obra de quase três quilômetros na Avenida Guaporé, que custaria R$ 2 milhões, está sendo feita por cerca de R$ 500 mil, só com gasto de material”, relatou.
O dirigente também anunciou a criação de uma diretoria de compliance na empresa, iniciativa que visa coibir desvios e irregularidades administrativas. “É uma exigência que a gente se impôs. A EMDUR opera desde a compra até a entrega final. Temos que ter cuidado com tudo”, destacou. A decisão foi motivada por antecedentes da empresa, como a condenação de um ex-presidente a mais de 10 anos de prisão e sanções impostas pelo Tribunal de Contas a gestões anteriores.
Durante a entrevista, Bruno Holanda afirmou ainda que Porto Velho tem atualmente cerca de 58 mil pontos de iluminação em LED, representando 80% do total. A meta da gestão municipal é alcançar 100% de cobertura, o que exigirá a instalação de mais 6 a 7 mil pontos. “Recebemos muitos pedidos, inclusive de locais centrais que ainda estavam no escuro”, disse, citando o exemplo do Ramal Maravilha, onde 500 famílias passaram a contar com iluminação após ação da EMDUR.
No encerramento, o presidente disse que, apesar da rotina intensa, ainda acompanha de perto os restaurantes de sua propriedade. “Saio da EMDUR à tarde, passo nos restaurantes à noite, e sigo supervisionando tudo de perto”, concluiu.
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