Publicada em 21/03/2024 às 11h36
A polícia italiana prendeu um homem indiciado pela Polícia Federal (PF) brasileira na Operação Quéfren. O investigado, cidadão do país europeu, é acusado de integrar uma organização criminosa; de fazer operar, sem a devida autorização, uma instituição financeira; de se apropriar de valores de que tem posse ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio; além de cometer estelionato e lavagem de dinheiro.
A quadrilha movimentou mais de R$ 15 milhões com o esquema de pirâmide financeira, segundo as investigações. Como sócio oculto, o preso é suspeito de ser operador, captador e destinatário final dos recursos financeiros obtidos por meio de uma pessoa jurídica, entre 2018 e 2021. Ele ainda teria se apropriado de mais de R$ 10 milhões aportados.
Em 2022, a 1ª Vara Criminal Federal em Itajaí (SC) expediu mandado de prisão contra o investigado. Em seguida, o nome dele entrou para a lista de Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol, na sigla em inglês), a pedido da Justiça brasileira. A relação elenca pessoas consideradas foragidas.
Depois de diversas diligências, o investigado foi localizado, no último sábado (16/3), em em Vailate, Itália. A Justiça Federal e o Ministério da Justiça iniciarão o processo de extradição para o Brasil.
Operação Quéfren
O objetivo da ação desencadeada em maio do ano passado foi desarticular uma organização criminosa que atua na forma de pirâmide financeira (esquema Ponzi) e na prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Estima-se que cerca de 120 pessoas foram lesadas, gerando prejuízo de R$ 15 milhões.
Policiais federais cumpriram 11 mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Itajaí (SC), sendo três de prisão temporária e oito de busca e apreensão, em endereços situados nas cidades catarinenses de Balneário Camboriú, Tubarão e Camboriú. Ordens judiciais também são cumpridas em Barueri (SP). O tribunal autorizou, ainda, o bloqueio e sequestro de bens em nome de pessoas físicas e jurídicas da organização.
Segundo a PF, a organização é composta por cerca de 20 pessoas. A quadrilha iniciou as atividades ilegais em 2019, por meio da constituição de empresas que atuavam na forma de banco digital, sem autorização do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Promessa de lucro
O grupo atuava com a falsa promessa de rendimentos acima dos juros de mercado, captando recursos financeiros na forma de depósitos em dinheiro ou por meio da negociação de criptomoedas.
Foi possível identificar que a principal empresa envolvida encerrou suas atividades em 2021, alegando que todos os investimentos dos clientes estariam bloqueados em uma conta de corretora de moedas digitais.
Posteriormente, essa mesma empresa lavrou boletim de ocorrência acusando uma celebridade italiana de apropriar-se dos recursos. Suspeita-se, no entanto, que podem se tratar de histórias fictícias com o objetivo de os investigados passarem-se por vítimas e esquivarem-se da cobrança dos investidores.
Os crimes nos quais os infratores foram indiciados são os de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional.


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