Publicada em 29/12/2025 às 10h03
Presidente ucraniano deu detalhes, nesta segunda (29), dos pontos do acordo de paz discutidos no encontro que teve com Donald Trump no domingo na Flórida (28). Kremlin disse concordar com afirmação de Trump de que fim da guerra está próximo, mas exige retirada da Ucrânia do Donbass.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu garantias de segurança à Ucrânia por um período de 15 anos, segundo afirmou nesta segunda-feira (29) o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Zelensky disse, no entanto, que pediu um prazo mais longo, de até 50 anos, ao presidente norte-americano.
👉 A garantia de segurança significa, na prática, que a Ucrânia ficaria protegida de novos ataques nos mesmos moldes dos integrantes da Otan — ou seja, no caso de uma nova invasão, EUA e Europa enviariam tropas para defender o território ucraniano.
A proposta de garantir a segurança da Ucrânia por 15 anos foi feita durante a reunião que Trump e Zelensky fizeram no domingo (28) na Flórida, nos EUA (veja no vídeo acima), ainda de acordo com o presidente ucraniano.
Na ocasião, os dois líderes disseram estar perto de um acordo de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia, mas não informaram pontos debatidos no encontro e admitiram entraves ainda não resolvidos (leia mais abaixo).
Nesta segunda, Zelensky deu detalhes do que os EUA ofereceram a seu governo — a gestão de Donald Trump vem intermediando uma tentativa de acordo para o fim da guerra e elaborou uma proposta de acordo, ainda não aceita por ambas as partes.
Também segundo o presidente ucraniano, Trump disse que o prazo oferecido para a garantia de segurança à Ucrânia é prorrogável. Ainda assim, ele disse ter pedido um período maior. Washington não se posicionou sobre o pedido.
"Eu realmente queria que as garantias fossem mais longas. Eu disse a ele que realmente queremos considerar a possibilidade de 30, 40, 50 anos", afirmou Zelensky em uma entrevista coletiva virtual. Trump respondeu que pensaria na possibilidade, acrescentou.
Por que Trump e Zelensky dizem haver progresso nas negociações, mas paz ainda parece distante
Kremlin diz concordar que fim da guerra está próximo
Também nesta segunda-feira, o governo da Rússia disse concordar com a afirmação feita por Trump no domingo de que o fim da guerra na Ucrânia "está mais próximo do que nunca".
"Claro que concordamos" com a afirmação, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
No entanto, Peskov afirmou que o governo de Vladimir Putin exige a retirada de tropas da Ucrânia do Donbass, a região leste da Ucrânia atualmente controlada em maior parte pelo Exército russo. O porta-voz disse que Kiev deveria deixar as partes do Donbass que ainda controla.
O governo ucraniano ainda não havia se posicionado sobre a afirmação do Kremlin até a última atualização desta reportagem. No entanto, o plano de paz proposto pelos Estados Unidos previa uma zona desmilitarizada na região.
Na semana passada, Zelensky afirmou que aceitaria retirar suas tropas do Donbass caso a Rússia concordasse em criar uma zona desmilitarizada na região.



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