Publicada em 06/12/2025 às 09h44
María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, irá a Oslo, na Noruega, para receber em mãos o Prêmio Nobel da Paz, confirmou neste sábado (6) o Comitê Norueguês do Nobel à agência de notícias AFP.
O prêmio será entregue oficialmente em uma cerimônia na próxima quarta-feira (10). O Edmundo González, candidato opositor que concorreu contra Maduro e vive na Espanha, também confirmou presença no evento.
“Estive em contato com Machado na noite passada (sexta-feira) e ela confirmou que estará em Oslo para a cerimônia. Dada a situação de segurança, não podemos dizer mais sobre a data ou sobre como ela chegará”, disse o chefe do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken, à AFP.
Desde que foi laureada em outubro, a ida de Corina Machado à Noruega era considerada improvável porque ela vive escondida na Venezuela devido à perseguição do regime de Nicolás Maduro, intensificada após as eleições presidenciais de 2024. A oposição afirma que Edmundo González venceu Maduro, porém o presidente reivindicou a vitória em uma eleição marcada pela falta de transparência e o controle das instituições em seu favor.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse à AFP em novembro que Corina Machado seria considerada uma "foragida" caso viajasse à Noruega para aceitar o prêmio da paz.
Corina Machado não se pronunciou de forma oficial sobre a ida a Oslo para a cerimônia do Nobel até a última atualização desta reportagem.
A viagem da opositora é considerada de alto risco por conta da perseguição institucional do governo venezuelano. Detalhes sobre a viagem de Corina Machado ainda são desconhecidos, como a logística para ela deixar a Venezuela ou se ela conseguirá retornar ao país, por exemplo.
Corina Machado foi laureada em outubro com o Nobel da Paz 2025 "por sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos em meio à crise política" na Venezuela, segundo o Comitê do Nobel. O prêmio também conta com uma bonificação em dinheiro de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões). (Leia mais abaixo)
Ao mesmo tempo que deslegitima o regime Maduro, o prêmio para Corina Machado é contestado por envolver uma figura apoiada pelo governo dos Estados Unidos e em meio a uma escalada militar sem precedentes do governo Trump perto da costa da Venezuela. O presidente venezuelano acusa os EUA de buscar uma mudança de regime, algo que a Casa Branca não confirmou, mas também não negou.



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