Publicada em 02/12/2025 às 15h15
O governo de Donald Trump preparou um plano de contingência para agir caso o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deixe o poder, afirmou nesta terça-feira (2) o Pentágono.
A porta-voz do Pentágono — também chamado por Trump de Departamento de Guerra —, Kingsley Wilson, disse que o departamento tem "uma resposta planejada e pronta" para esse cenário.
"Nós estamos prontos para fazer o que for preciso, se formos convocados. Temos uma resposta planejada e pronta", declarou Wilson, sem detalhar o que prevê o plano.
A declaração foi feita em meio a tensões entre os governos dos Estados Unidos e da Venezuela por conta da operação militar que o governo Trump realiza desde agosto no mar do Caribe, perto da costa da Venezuela.
Washington alega que o foco da operação é combater o narcotráfico através de ataques a barcos que transportam drogas para os Estados Unidos. Mas a ação gerou temores de que Trump planeja derrubar o regime de Maduro, e fontes do governo dos EUA afirmaram à imprensa local que o objetivo final seria de fato retirar o venezuelano do poder.
“Nosso foco é derrubar os narcoterroristas e descartar essa ameaça que está envenenando o povo americano. A cada barco que atacamos, estamos salvando 25 mil vidas americanas. Esta é uma missão crucial para proteger nosso país, e temos orgulho de ser parte disso”, disse a porta-voz.
"Mas estamos ao lado do presidente e temos o plano pronto para o que for necessário".
Também nesta terça, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que as ações contra as embarcações "estão apenas começando". Mais de 20 barcos que supostamente transportavam drogas já foram bombardeados, deixando mais de 80 mortos, segundo o governo americano.
Maduro descumpre ultimato, diz agência
Em paralelo, no entanto, os rumores de que Trump planeja a derrubada do governo Maduro vêm crescendo.
Na segunda-feira (1º), a agência de notícias Reuters afirmou, com base em fontes do governo norte-americano, que Maduro não cumpriu o prazo de uma semana dado por Donald Trump para deixar a Venezuela.
O ultimato, segundo a agência, venceu na sexta-feira (28).
O aviso foi feito em 21 de novembro, durante uma ligação telefônica entre os dois. Segundo a Reuters, o presidente dos Estados Unidos rejeitou uma série de pedidos apresentados por Maduro. As informações foram confirmadas por quatro fontes com conhecimento da conversa.
Na chamada, Maduro disse a Trump que deixaria a Venezuela caso recebesse anistia legal completa para ele e familiares. Ele também pediu o fim das sanções e o encerramento de um processo no Tribunal Penal Internacional, segundo três fontes.
Ainda de acordo com a agência, Maduro solicitou a retirada de sanções impostas a mais de 100 funcionários do governo. Muitos são acusados pelos EUA de violações de direitos humanos, tráfico de drogas ou corrupção.
Duas das fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que Maduro propôs que a vice-presidente Delcy Rodríguez comandasse um governo interino até novas eleições.
Trump rejeitou a maior parte dos pedidos. A ligação durou menos de 15 minutos. No entanto, o presidente norte-americano disse que Maduro teria uma semana para deixar a Venezuela com a família, rumo ao destino que escolhesse.
O prazo expirou na sexta-feira. Segundo duas fontes, isso levou Trump a anunciar no sábado (29) o fechamento do espaço aéreo venezuelano.
A Reuters disse que as opções para que Maduro abandone o governo e saia da Venezuela sob a proteção dos Estados Unidos estão se esgotando.
O jornal "Miami Herald" já havia revelado parte dos detalhes da conversa. Já Trump confirmou no domingo (30) que conversou com Maduro, mas não deu outros detalhes.
O presidente dos Estados Unidos se reuniu no fim da tarde de segunda com autoridades de segurança nacional para discutir a situação da Venezuela.



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