POSICIONAMENTO Liga dos Países Árabes condena ataque terrorista do Hamas e pede desarmamento Publicada em 01/08/2025 às 15:17 Em um posicionamento inédito, a Liga dos Países Árabes repudiou pela primeira vez o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023 e pediu que o Hamas se desarme e abra mão do poder na Faixa de Gaza. O grupo terrorista palestino rebateu e disse que "não abrirá mão da resistência". O grupo árabe foi signatário da declaração da Conferência Internacional da ONU divulgada nesta semana, que fez apelos pela Solução de Dois Estados. A participação do grupo de 22 países árabes na declaração, assinada também pela União Europeia e outros 17 países europeus e ocidentais —entre eles o Brasil—, marcou um endurecimento no discurso da Liga Árabe com relação ao Hamas. “Governança, aplicação da lei e segurança em todos os territórios palestinos devem estar exclusivamente sob responsabilidade da Autoridade Palestina, com o apoio internacional adequado. (...) no contexto do fim da guerra em Gaza, o Hamas deve encerrar seu governo em Gaza e entregar suas armas à Autoridade Palestina, com o envolvimento e apoio internacional, em linha com o objetivo de um Estado palestino soberano e independente”, afirmou o documento conjunto. A Conferência da ONU afirmou que a Solução de Dois Estados é "único caminho" para paz entre Israel e Palestina e planeja uma missão internacional em Gaza após um cessar-fogo ser estabelecido na guerra entre Israel e Hamas, iniciada após o grupo terrorista ter matado cerca de 1.200 israelenses e levado outros 250 reféns em 7 de outubro de 2023. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram e uma grave crise humanitária se instalou no território. O documento também pediu o fim imediato da guerra e exigiu que Hamas entregue os reféns israelenses que ainda mantém em cativeiro em Gaza, e que um comitê de transição de poder deverá ser estabelecido imediatamente após um cessar-fogo. (Leia mais abaixo sobre o que o documento diz) Em resposta, o Hamas afirmou na quinta-feira (31) que a resistência palestina não terminará até que "a ocupação" termine —em referência às tropas israelense— e que o Estado Palestino, independente e plenamente soberano com Jerusalém como capital, seja estabelecido. A declaração A Conferência Internacional da ONU afirmou que Gaza e Cisjordânia devem ser unificadas e, junto com Jerusalém Oriental, compor uma Palestina soberana e governada pela Autoridade Palestina, assim como delineado em resolução da ONU de 1947. Israel também rejeita a solução de dois Estados. No dia 7 de julho, ao lado de Donald Trump, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a criação da Palestina seria uma plataforma para destruir o Estado israelense.O documento é dividido em 42 itens, organizados em quatro temáticas. Confira a seguir os principais destaques. ▶️ Fim da guerra em Gaza Apoio aos esforços de Egito, Catar e EUA para restaurar o cessar-fogo. Libertação de todos os reféns, troca de prisioneiros, retirada total das forças israelenses. Condenação de ataques contra civis por Hamas e Israel. Entrega segura e irrestrita de ajuda humanitária. Desarmamento do Hamas com apoio internacional. Unificação de Gaza com a Cisjordânia, com Autoridade Palestina responsável pela governança. ▶️ Soberania da Palestina e convivência pacífica com Israel Apoio à criação de um Estado Palestino soberano, democrático e economicamente viável. Compromisso com reformas internas da Autoridade Palestina. Realização de eleições democráticas em até um ano. Rejeição da militarização do futuro Estado Palestino. Fim das tentativas de Israel de anexar territórios no Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental. ▶️ Preservação da solução de dois Estados Condenação de assentamentos ilegais, anexações e deslocamentos forçados. Apoio a medidas restritivas contra extremistas e apoiadores de ações ilegais. Defesa do status histórico dos locais sagrados em Jerusalém. ▶️ Integração regional e fim do conflito Paz entre Israel e Palestina como pré-requisito para integração regional. Apoio a negociações paralelas entre Israel-Síria e Israel-Líbano. Proposta de uma arquitetura regional de segurança, com a criação de um bloco de países. Preparação para um futuro “Dia da Paz”, com benefícios econômicos e sociais para toda a região. Segundo o documento, os próximos passos incluem a criação de um mecanismo internacional de acompanhamento, que será liderado por França e Arábia Saudita. Também está prevista a implementação de um plano de ação concreto e com prazo definido. Fonte: G1 Leia Também Liga dos Países Árabes condena ataque terrorista do Hamas e pede desarmamento Energisa Alerta: Saiba como evitar acidentes com a rede elétrica durante reformas Haddad afirma que há espaço para parceria com os Estados Unidos Moraes compara atos de Eduardo Bolsonaro nos EUA a tentativa de golpe Lula cobra recursos para crédito imobiliário para classe média Twitter Facebook instagram pinterest