Publicada em 25/07/2025 às 15h19
Em meio à grave crise humanitária enfrentada pelos palestinos, Israel vai permitir que países estrangeiros voltem a lançar ajuda humanitária aérea na Faixa de Gaza, segundo a rádio do Exército israelense e um militar ouvido pela AFP. A data de início das remessas aéreas, no entanto, ainda é incerta.
“Os lançamentos aéreos de ajuda humanitária sobre a Faixa de Gaza serão retomados nos próximos dias. Eles serão coordenados pelos Emirados Árabes Unidos e pela Jordânia”, disse um oficial israelense à agência de notícias AFP. Já a rádio do Exército israelense disse que as remessas seriam retomadas já nesta sexta-feira.
A ajuda aérea em Gaza já foi permitida em outros momentos da guerra, travada no território palestino entre Israel e o grupo terrorista Hamas desde o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 israelenses e outros 250 foram feitos reféns.
A volta da permissão da ajuda aérea ocorre em um momento de agravamento da crise humanitária em Gaza, com crescente desnutrição e alastramento da fome entre os dois milhões de palestinos. Israel tem enfrentado um aumento de críticas e pressão internacional para que mais alimentos cheguem à população de Gaza.
A ONU descreve a atual situação como um "show de horrores", e mais de 100 ONGs especializadas denunciam "fome em massa" no território. Relatos de fome extrema e generalizada se tornaram mais frequentes, e pelo menos 45 pessoas morreram de fome em Gaza desde o início desta semana, segundo a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Um vídeo divulgado pela agência Reuters na quinta-feira mostrou crianças palestinas atendidas com desnutrição severa em um hospital de Khan Younis, em Gaza. O World Food Program (WFP), braço das Nações Unidas dedicado à alimentação, disse nesta sexta-feira que quase um terço da população palestina "não come durante dias seguidos", afirmou o WFP nesta sexta.
Por que a população de Gaza não está recebendo a ajuda de que tanto precisa?
Criticada pelo modelo de distribuição de ajuda humanitária adotado em Gaza, o governo Netanyahu culpa a ONU e o grupo terrorista Hamas por impedir que os alimentos cheguem à população palestina. A ONU e ONGs afirmam que são impedidos de operar em Gaza, e que um sistema humanitário adequado é boicotado por Israel.



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