EDITORIAL Bolsonaro já escolheu seus players para 2026 em Rondônia: o que isso significa na prática? Publicada em 05/07/2025 às 09:12 Porto Velho, RO – Rondônia caminha para a eleição de 2026 com um cenário delineado no campo conservador: Jair Bolsonaro já definiu quem são seus representantes no estado. O ex-presidente da República escolheu três nomes para liderar seu projeto político na região: o senador Marcos Rogério (PL), para disputar novamente o Governo; o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), como pré-candidato ao Senado; e o empresário do setor agropecuário, Bruno Scheid, também para uma das duas cadeiras disponíveis na Câmara Alta. A movimentação, agora pública, define o eixo central da articulação bolsonarista para o próximo pleito majoritário. Fernando Máximo, que atualmente exerce mandato na Câmara dos Deputados, é considerado peça-chave no tabuleiro por sua capilaridade eleitoral no interior e base consolidada na Capital. Na última semana, durante evento em Vilhena, recebeu elogios públicos do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), que o descreveu como “grande líder”, “leal” e “amigo”. Moraes ainda insinuou novidades em breve: “Ano que vem reserva grandes notícias”. As palavras abriram especulações sobre uma possível filiação de Máximo ao Podemos — legenda comandada por Moraes no estado. A troca de partido, se ocorrer, ampliaria a presença do deputado na capital e solidificaria uma possível aliança que une interior e metrópole, o que pode torná-lo um adversário formidável para qualquer nome no páreo. Enquanto isso, Marcos Rogério não parece contar com a mesma simpatia da gestão municipal da capital. Um desentendimento ocorrido anteriormente entre ele e Léo Moraes, ainda em Brasília, inviabiliza por ora qualquer aliança formal. Essa tensão deixa Rogério sem apoio direto do prefeito de Porto Velho, o que pode pesar contra sua pretensão de voltar a disputar o Palácio Rio Madeira. No outro vértice do trio escolhido por Bolsonaro, está Bruno Scheid. Produtor rural de Ji-Paraná e assessor de confiança do ex-presidente, Scheid se mantém próximo de Bolsonaro em diversas agendas pelo país e vem ganhando espaço entre apoiadores do ex-chefe do Executivo. Sua principal credencial, além da fidelidade, é justamente a ausência de histórico político, característica que pode agradar parte do eleitorado conservador cansado dos mesmos nomes. Essa condição o coloca como um “coringa” na disputa pelo Senado, ainda mais diante do desgaste de certos perfis tradicionais da direita local. Apesar do apoio explícito do ex-presidente a seus indicados, o bolsonarismo não será o único ator de direita em cena. Há grupos e lideranças que, embora compartilhem valores conservadores, não caminharão oficialmente com Bolsonaro. Entre eles, está o governador Marcos Rocha (União Brasil), que, embora amigo de Bolsonaro, não estará com ele, em termos eleitorais, no ano que vem. Rocha, que venceu a reeleição em 2022 enfrentando justamente Marcos Rogério, não contará com apoio bolsonarista caso decida tentar uma cadeira no Senado. Quem deveria assumir, em tese, a corrida ao Governo em seu grupo seria o vice-governador Sérgio Gonçalves. As divergências recentes com o titular do Executivo deixam a postulação de Gonçalves em campos nebulosos. Mas se depender de vontade própria, entrará na disputa com ou sem a “bênção” do chefe, indicando que segue firme em sua pré-candidatura. Outro polo de direita desconectado do bolsonarismo é o que orbita o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD). Ligado ao ex-senador Expedito Júnior, Fúria representa uma força regional com apelo no eixo centro-sul de Rondônia. O PSD saiu fortalecido das eleições municipais de 2024 e busca agora protagonismo estadual. Na mesma trilha independente está o ex-prefeito da capital, Hildon Chaves (PSDB), que prepara retorno à arena eleitoral sem qualquer associação direta com o bolsonarismo. Com trajetória consolidada como promotor de Justiça e gestor público, Chaves aposta em sua biografia como diferencial para buscar um dos cargos majoritários. No campo oposto, a esquerda também ensaia sua organização. O senador Confúcio Moura (MDB) é o nome mais cotado para liderar a chamada “Caminhada da Esperança”, articulação de viés progressista que inclui partidos como PDT, aliados históricos do ex-governador, além da possível adesão do ex-prefeito Roberto Sobrinho. Aos 77 anos, Confúcio ainda não confirmou candidatura, mas caso decida concorrer novamente, levará experiência, estrutura e histórico de vitórias — ele não perde uma eleição há mais de uma década. O pano de fundo dessas movimentações revela uma disputa em que o apoio de Bolsonaro segue sendo ativo, porém menos decisivo do que já foi. Em Ji-Paraná, por exemplo, seu envolvimento em 2024 ajudou a eleger Affonso Cândido (PL), que venceu Isaú Fonseca (União Brasil), então prefeito. Já em Porto Velho, Mariana Carvalho (União Brasil), candidata com apoio declarado de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle, foi superada por Léo Moraes, que teve desempenho crescente até vencer no segundo turno. Na prática, o time bolsonarista para 2026 está definido. Marcos Rogério, Fernando Máximo e Bruno Scheid carregam a missão de representar esse projeto eleitoral no estado. No entanto, os demais jogadores já estão em campo e também disputarão protagonismo. Resta saber se a força de 2018 ainda pode se repetir ou se, como as urnas já começaram a indicar, a eleição será decidida mais pelo jogo jogado do que pelas bênçãos do capitão. Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica Leia Também Bolsonaro já escolheu seus players para 2026 em Rondônia: o que isso significa na prática? 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