Por Rondoniadinamica
Publicada em 03/07/2020 às 10h00
Porto Velho, RO – Além do valor e levando em conta também os problemas de entrega dos cem mil testes de Coronavírus adquiridos pelo Estado de Rondônia por R$ 10,5 milhões – onde já há ação judicial apartada a respeito –, o advogado Vinícius Miguel protocolou denúncia no Ministério Público (MP/RO), desta feita voltada especificamente à qualidade do produto.
Miguel anexou às informações encaminhadas ao órgão de fiscalização e controle reportagem elaborada pelo Rondônia Dinâmica, que, entre outros pontos, abordou minúcias acerca do pedido de registro apresentado pelas empresas intermediadoras do negócio junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Malote é interditado para testes após denúncia apresentada por Vinícius Miguel com base em reportagem do Rondônia Dinâmica / Divulgação
À ocasião da veiculação, o órgão federal ainda não havia expedido registro para a devida utilização da mercadoria produzida pelo laboratório chinês Hangzhou Realy Tech Co., Ltd; atualmente, os testes já foram certificados.
Mesmo assim, a despeito do registro, as promotoras Emília Oiye, coordenadora da Força-Tarefa COVID-19, e Flávia Barbosa Shimizu Mazzini, representando a 13ª Promotoria de Justiça, evisceraram situação preocupante.
Conforme a captura de tela acima, testes de bioquímica realizados pelo Centro de Especialidades Medicas (CEM) de Porto Velho reafirmaram situações reais de inconsistência nos resultados.
“A profissional remeterá documento acerca das supostas inconsistências, inclusive analisando os documentos fornecidos pela empresa à ANVISA, que foram remetidos à bioquímica. Nesse sentido, se houver alguma contestação técnica, será possível identificar através da análise da bioquímica”, continuou a dupla de promotoras.
Emília Oiye e Flávia Barbosa asseveraram, ainda, que, conforme informado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), “já houve distribuição da segunda remessa desses testes para utilização nas unidades de saúde, o que causa preocupação e necessidade de certificar a qualidade dos resultados, a par do registro da Anvisa, que foi baseado em dossiê técnico apresentado pela própria empresa Level”.
E concluiu: “Além disso, a SESAU anunciou nova estratégia coletiva em Cacoal, sede da Macro II. Como a SESAU não teve resposta acerca da certificação da qualidade no INCQS, prudente que tenha ciência da possibilidade de incongruência, para, se for o caso, resguardar amostras para análise qualitativa dos testes, bem como eventualmente responsabilizar os fornecedores”.
MP/RO age após notícias de discrepância em análises promovidas pelos testes rápidos de Coronavírus / Captura de tela
As informações foram registradas no dia 10 de junho.
Depois disso, as últimas informações revelam que o Estado, conforme documentação obtida também de forma exclusiva pelo Rondônia Dinâmica, já separou malotes de testes rápidos a fim de "resguardar amostras para eventual realização de análise do produto".