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ENTREVISTA

“O crime só vai acabar quando Jesus voltar”, diz secretário de Segurança de Rondônia

Publicada em 11/09/2025 às 09:49

Porto Velho, RO – O podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira em parceria com o Rondônia Dinâmica, recebeu o secretário de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania, coronel BM Felipe Bernardo Vital (Coronel Vital). No início da conversa, ele retomou os episódios de janeiro, quando, segundo descreveu, facções tentaram “mostrar força” em Porto Velho. “Foram dias intensos, mas […] a segurança pública de Rondônia estava preparada, equipada, qualificada e motivada”, disse, atribuindo o desfecho a um trabalho integrado com estados vizinhos (Mato Grosso, Acre e Amazonas) e apoio da Força Nacional. “Em menos de uma semana, 4, 5 dias, a gente conseguiu estancar”, afirmou.

Provocado sobre áreas sensíveis da capital, como Morar Melhor, Orgulho do Madeira, Cristal da Calama e entorno, Vital foi taxativo: “Não mandam mais”. Ele vinculou os confrontos de janeiro à execução de um plano para retirar invasores e devolver apartamentos a proprietários no âmbito do “Moradia Segura – Plano Aliança pela Vida”. “Eram condomínios populares que estavam dominados por facções”, afirmou, citando que havia “Pix direto para São Paulo” em aluguéis clandestinos. Segundo disse, o policiamento nesses locais tornou-se “constante”, com ações de inteligência e mapeamento de lideranças, inclusive com conexões interestaduais.

Ao tratar de políticas nacionais, o secretário criticou mudanças anunciadas pelo governo federal sem prévia consulta aos estados. “Ninguém melhor do que o secretário de Segurança do estado para saber a realidade”, disse. Questionado se se posicionou “dos contra ou dos a favor”, respondeu: “Dos contra”, argumentando que “a realidade de São Paulo é totalmente diferente da minha”, e defendendo que alterações estratégicas devem considerar peculiaridades regionais — de deslocamentos aéreos no Amazonas a barreiras terrestres em Rondônia.

Vital ligou parte dos conflitos agrários e ambientais ao crime organizado. “É o LCP que está ligado a facção”, declarou, sustentando que chefias foram identificadas, embora “ainda não” presas porque “precisa de um trabalho forte com o Judiciário”. Na avaliação dele, a crítica recorrente à Justiça desconsidera lacunas legislativas: “A culpa não é da Justiça. A culpa são das nossas leis que são frágeis”. Ele defendeu endurecimento para reincidentes, inclusive perda de benefícios quando há novo crime sob monitoração eletrônica.

A abordagem do secretário sobre “direitos humanos” foi outro ponto sensível. “Os direitos humanos são para humanos direitos”, disse, referindo-se a casos com barricadas e armas. Ao falar de feminicídio e violência doméstica, defendeu a divulgação de rostos de agressores como “efeito pedagógico” e mencionou medidas extremas em tom hipotético: “Você sabe como é que a gente conseguiria diminuir o feminicídio? Voltando lá à época de Maomé, né? Olho por olho, dente por dente”. Na sequência, reconheceu limitações legais atuais e reforçou a necessidade de mudanças graduais.

Sobre o incidente recente no aeroporto, em que um “influencer” simulou uma bomba e causou evacuação, Vital rejeitou a tese de insanidade. “Ele não tem nada de louco não, ele gosta de querer aparecer”, declarou. Informou que a investigação é da Polícia Federal, com apoio da SESDEC: “Já temos informação, já tem qualificação, já tem tudo dele […] O melhor seria […] apresentar ele logo na central”. Segundo disse, o indivíduo “vai responder nos rigores da lei”. As declarações foram dadas antes de o envolvido se apresentar à Polícia Federal (PF),  prestar esclarecimentos e, logo em seguida, ser liberado. Ele está respondendo em liberdade.  

No balanço de resultados, o secretário relatou investimentos em pessoal e tecnologia após um período de baixos salários e equipamentos precários. Citou reajustes, armamento, inteligência e videomonitoramento — inclusive o “Muralha Rondon”, com leitura de placas. Com isso, afirmou que roubos de carros caíram “praticamente 60%” na capital, furtos de veículos “em 30 e poucos por cento” e homicídios “17%”. Ele também mencionou que, em 2022, Porto Velho figurou entre “as dez capitais mais violentas do Brasil”, associando as reduções às novas ferramentas e à presença ostensiva.

A geografia e a fronteira foram apontadas como entraves estruturais. “Os três maiores produtores de drogas do mundo estão aqui do nosso lado: Bolívia, Peru e Colômbia”, disse, somando cerca de “1.400” quilômetros de fronteira sob fiscalização limitada. Segundo Vital, o estado montou batalhão de fronteira (BPFROM) e vem reforçando a integração de sistemas com Acre, Mato Grosso e Amazonas. “Se roubar um carro aqui e entrar lá no Acre, […] vai saber que aquele carro está lançado como roubo”, explicou, defendendo um sistema nacional unificado que agregue boletins de ocorrência, reconhecimento facial e leitura de placas.

Na seara ambiental, ele afirmou que operações contra dragas e garimpo ilegal no Rio Madeira são, em regra, conduzidas pela Polícia Federal, às vezes sem participação do estado, mas com “impacto” regional, citando pedidos de apoio do Amazonas em Humaitá. Sobre queimadas, sustentou a responsabilização do proprietário rural: “Tinha que meter a multa no fazendeiro […] você é responsável”.

 

Ao discutir violência contra a mulher, Vital disse que Rondônia está “entre os três maiores índices” em violência doméstica, abuso sexual infantil e feminicídio. Listou entregas de viaturas, campanhas e patrulhas especializadas, mas reconheceu que os números seguem “ascendentes”, em parte pela maior disposição para denunciar. Apontou a necessidade de ação “multidisciplinar” envolvendo família, escola, Defensoria, Ministério Público, Judiciário, assistentes sociais e psicólogos, com foco em prevenção e identificação precoce de vulnerabilidades no ambiente escolar.

O secretário relatou ainda iniciativas de integração tecnológica — visita técnica a sistemas com grande rede de câmeras, ampliação de totens e leitores na “Muralha Rondon” — e experiências internacionais. Ele disse ter observado, na China, painéis que reúnem trânsito, reconhecimento facial e ocorrências, sugerindo que um modelo nacional integrado aceleraria respostas e capturas entre estados distantes.

Na parte final, Vital discorreu sobre programas sociais e educativos voltados à juventude, como Bombeiro Mirim, Polícia Mirim e Proerge, e defendeu a ampliação de creches, atividades esportivas e cursos de informática em áreas vulneráveis para reduzir a cooptação por facções. Comentou riscos da “adultização” infantil nas redes e defendeu maior controle parental de aplicativos e horários. Ao encerrar, reafirmou a diretriz do governo estadual: “A população pode ficar tranquila, […] é determinação do nosso governador não dar sossego para o crime”. Robson Oliveira anunciou que, na semana seguinte, entrevistará o comandante da Polícia Militar.

Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica

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