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OPINIÃO

Tudo pelo hype: “Hulk”, bebês reborn, peruca e projetos virais: vereadores de Porto Velho estão no caminho certo?

Publicada em 15/08/2025 às 11:09

Porto Velho, RO – Porto Velho vive um momento peculiar no Legislativo municipal. A nova geração de vereadores não hesita em transformar pautas políticas em performances para as redes sociais, copiando e/ou minimamente se embasando em projetos virais Brasil afora e apostando em iniciativas de apelo midiático — muitas vezes de aplicabilidade duvidosa. A estratégia, que rende curtidas e compartilhamentos, levanta questionamentos sobre a real prioridade dos trabalhos parlamentares.

Esse movimento não surgiu por acaso. Prefeitos como Rodrigo Manga, de Sorocaba, e Léo Moraes, de Porto Velho, já vinham explorando plataformas como TikTok e Instagram para se comunicar com a população de forma coloquial, usando bom humor, tom satírico e encenações para apresentar atos de gestão. A fórmula, quando bem utilizada, aproxima o político do cidadão. Mas, como toda tendência, abre espaço para excessos.

O vereador Dr. Breno Mendes, autointitulado “Fiscal do Povo”, personifica essa mistura de ativismo e espetáculo. Já foi visto com um martelo de plástico do Thor e “transformado” no Hulk ao protestar contra a Energisa. Também é autor de um projeto de lei que proíbe o uso de recursos públicos para atender bonecas “reborn” em unidades de saúde — uma medida exótica contra um problema que não há registros concretos na capital. A justificativa: evitar gastos indevidos. O efeito prático: mobilizar a estrutura legislativa para discutir brinquedos enquanto questões urgentes, como falta de médicos e remédios, continuam sem solução.

A vereadora Sofia Andrade segue outra linha, marcada por discursos ideológicos enfáticos. Mas, ao propor a chamada “Lei Anti-Oruam” em Porto Velho — inspirada no projeto original da vereadora paulistana Amanda Vettorazzo e ampliada por Kim Kataguiri —, acabou reproduzindo uma pauta já consolidada nacionalmente. Sob o ponto de vista prático, bastaria ao Executivo decidir não contratar artistas com conteúdo questionável, sem necessidade de uma nova lei.

No campo das ações performáticas, o vereador Zé Paroca vestiu-se de mulher para promover um mutirão de DIU gratuito. A encenação, que gerou repercussão nas redes, também reforça a lógica de que o impacto visual pode ser mais valorizado do que o conteúdo da proposta.

Já Marcos Combate decidiu surfar na onda da “Lei Felca”, projeto que combate a adultização de crianças na internet. O tema é sério e merece atenção, mas a iniciativa, apresentada logo após a repercussão nacional do vídeo do influenciador Felca, evidencia o padrão de reação imediata ao que está em alta nas redes sociais.

Um ponto em comum é que a maioria dessas leis é apresentada, aprovada por maioria — ou até mesmo de forma unânime — e, depois, cai no limbo. Deixa-se de falar no assunto, não há notícias sobre fiscalizações efetivas, tampouco ações práticas que demonstrem sua aplicabilidade no cotidiano. Na prática, o barulho inicial nem sempre se converte em políticas públicas reais.

A questão central é: essa será a tônica da política local daqui para frente? Uma disputa por quem melhor adapta temas virais ao formato legislativo? Há de se reconhecer que as redes sociais são ferramentas poderosas para aproximar eleitos e eleitores, mas quando a pauta pública se molda apenas ao sabor de trends digitais, corre-se o risco de trocar o debate estrutural por uma sequência de atos de marketing.

A crítica, no entanto, não se limita aos políticos. Parte significativa da população engata em qualquer retórica populista que desperte emoção ou entretenha, sem avaliar com profundidade o impacto real dessas ações. O novo momento da comunicação política, portanto, não é apenas fruto da estratégia de vereadores, mas também reflexo de um público que, muitas vezes, prefere o espetáculo ao conteúdo.

O desafio que se impõe é equilibrar a força das redes com a responsabilidade de legislar sobre problemas concretos. Porque, no fim, não basta viralizar — é preciso governar.

Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica

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