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EDITORIAL

Braguin vira aposta de Rocha para sucessão e embaralha cenário da direita em Rondônia

Publicada em 30/08/2025 às 09:34

Porto Velho, RO – Ao assumir o comando do União Brasil e da recém-criada Super Federação União Progressista, Marcos Rocha redesenhou o tabuleiro e sinalizou que quer controlar não só sua própria corrida ao Senado, mas também a sucessão no Palácio Rio Madeira. Nesse desenho, o nome do Coronel Régis Wellington Braguin Silvério, conhecido como Coronel Braguin, aparece como aposta possível do grupo governista para 2026.

+ Comandante da PM de Rondônia defende prisão perpétua para faccionados e rejeita guarda municipal armada

As especulações sobre Braguin não surgiram do nada. A possibilidade foi ventilada por Robson Oliveira, na coluna Resenha Política, após entrevista em que o comandante falou sobre segurança pública e, em conversa reservada, admitiu considerar a hipótese. Sérgio Pires, na Opinião de Primeira, registrou “comentários positivos” sobre a ideia, ainda que com cautela do próprio interessado. Herbert Lins, na Falando Sério, foi além e cravou que o projeto existe: Rocha planeja lançá-lo pela União Progressista, com Elias Rezende, atual chefe da Casa Civil, de vice.

Braguin não é estranho ao público rondoniense, mas sua imagem sempre esteve associada ao noticiário policial. Sob seu comando, a PM realizou respostas integradas nos episódios de violência de janeiro de 2025, quando Porto Velho enfrentou série de ataques coordenados entre os dias 12 e 19, incluindo incêndios a ônibus e atentados.

A reação mobilizou operações da Sesdec, atuação conjunta com Polícia Civil, Polícia Federal e Gaeco, além do emprego da Força Nacional autorizado pelo Ministério da Justiça e integrado às forças estaduais. Em boletins daqueles dias, o governo registrou milhares de abordagens, prisões com mandado e apreensão de armas, em esforço para conter a ofensiva criminosa e estabilizar a capital.

Os números oficiais do início do ano ajudam a explicar por que um perfil de segurança pública interessa politicamente ao Palácio Rio Madeira. Nos dois primeiros meses de 2025, em comparação com igual período de 2024, Rondônia registrou queda de 52% nos roubos em geral, 20% nos furtos e 20% nos homicídios, segundo dados divulgados pela Sesdec. O governo também reportou, na sequência dos ataques, balanços de operações com apreensão de armas, captura de alvos com mandado e detenções ligadas aos atentados.

Em agosto, já no rastro das investigações, a PM deflagrou ações como a Operação Red Ignis, em apoio ao Gaeco, e o BOPE apreendeu arsenal de grosso calibre em Machadinho D’Oeste, em operação contra grupo armado da LCP. O Executivo, por sua vez, enquadrou o enfrentamento sob o guarda-chuva da “Operação Escudo de Rondônia”, consolidando a narrativa de integração e continuidade das ações repressivas.

Além das operações, Braguin tem discurso que o coloca no centro do debate local: critica o que chama de “prisão esportiva”, defende prisão perpétua para líderes de facções e classificou como “perfumaria” propostas de um Sistema Único de Segurança Pública. Essa imagem de “homem da lei”, associada a resultados divulgados oficialmente no início de 2025, é um ativo eleitoral em um estado conservador, onde segurança pública pesa no voto.

O tabuleiro até aqui era dominado por três nomes: Fernando Máximo, deputado federal escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL; Adailton Fúria, prefeito de Cacoal com prestígio no interior; e Hildon Chaves, ex-prefeito de Porto Velho, que tenta ancorar uma alternativa de centro. A eventual entrada de Braguin tende a reorganizar forças à direita. Se Rocha apostar no comandante, além de alinhar a sucessão ao seu grupo, ele pressiona o projeto bolsonarista em Rondônia ao colocar outro nome conservador com apelo popular disputando a mesma base.

Há precedente. Em 2022, Bolsonaro também tinha “dois candidatos” ao governo — Marcos Rocha, na busca da reeleição, e Marcos Rogério, então senador e aliado de primeira hora. O desfecho é conhecido: Rocha venceu e neutralizou a tentativa de hegemonia do aliado do ex-presidente. A lição é que o governador sabe operar em cenário fragmentado e não teme dividir espaço com o próprio bolsonarismo, especialmente agora, presidindo uma federação robusta.

A estratégia tem lógica para quem veio da segurança pública: um candidato com narrativa dura, presença midiática e amparo institucional pode replicar a fórmula que levou Rocha ao poder. A União Progressista, nesse contexto, funciona como instrumento para equilibrar forças e manter o comando da transição enquanto o governador mira a eleição ao Senado.

O cenário de 2026 fica mais aberto. Com Máximo consolidado no bolsonarismo, Fúria forte no interior e Hildon buscando o centro, Braguin pode se tornar o “fato novo” que embaralha as certezas. Em Rondônia, outsiders fardados já provaram que encontram terreno fértil. Ao colocar o comandante da PM no tabuleiro, Rocha não apenas amplia a própria influência como mostra que não pretende entregar a sucessão de bandeja a nenhum grupo. O jogo está oficialmente aberto.

A população rondoniense tem histórico de associar figuras políticas a símbolos marcantes. Ivo Cassol e seu chapéu de palha, o deputado Coronel Chrisóstomo com sua boina, o médico Fernando Máximo com a touquinha cirúrgica. Agora, Braguin se apresenta todo paramentado como o “homem da lei”. O adorno, por si, não significa muita coisa, mas ligar um símbolo à necessidade urgente de melhorias na segurança pública e de enfrentamento ao crime organizado pode transformar o comandante-geral em algo além de um simples peão no tabuleiro.

Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica

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