ENTREVISTA Líder do prefeito na Câmara sugere que vereador da oposição é um ‘‘rebelde sem causa’’ Publicada em 09/09/2025 às 10:00 Porto Velho, RO – O advogado e vereador Breno Mendes (Avante), líder do prefeito Léo Moraes (Podemos) na Câmara de Porto Velho, foi o entrevistado do podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica. Conhecido como “fiscal do povo”, ele concentrou grande parte da conversa em pontos controversos de sua trajetória recente: a reaproximação com o prefeito após campanhas em campos opostos; o confronto com a Energisa por supostas práticas contra consumidores; críticas públicas ao vereador Márcio Combate; e os bastidores das rupturas e reconciliações com figuras do Executivo estadual. Ao tratar da mudança de adversário para aliado do prefeito, Mendes afirmou que a aproximação extrapolou a relação institucional entre Executivo e Legislativo. “Posso dizer que hoje nós somos amigos”, disse, pontuando que ambos têm “perfil explosivo”, mas convergem em pautas de interesse público, especialmente no enfrentamento à concessionária de energia. Segundo ele, essa pauta os aproximou mesmo quando estavam em lados distintos de disputas eleitorais. Mendes dedicou longo trecho à crítica da Energisa. “É a empresa que abusa, humilha e constrange consumidores”, declarou, atribuindo à concessionária descumprimentos da Resolução 1000/2021 da Aneel, como falta de notificação com 15 dias de antecedência para corte, inspeções sem aviso prévio de três dias e suspensões em horários e datas vedados. “Tive caso filmado às 5h36”, relatou, diferenciando o combate a abusos do combate ao furto de energia — que, segundo ele, também deve ser reprimido. O vereador disse ainda que, embora Rondônia produza energia nas usinas de Samuel, Santo Antônio e Jirau, a população paga tarifas elevadas e enfrenta instabilidade em municípios do interior. Sobre o ambiente político local, Mendes rebateu críticas do vereador Márcio Combate ao prefeito e à condição das obras. “Se você pegar o Ultraje a Rigor, tem a música ‘O Rebelde Sem Causa’. Não tem causa”, afirmou, classificando o opositor como “rebelde sem causa” e dizendo que faltam “narrativa” e “conhecimento técnico” ao crítico. Na mesma linha, sustentou que o Executivo reviu atos por interesse público, negando que decisões tenham sido revogadas por pressão de vereadores. O vereador também descreveu bastidores de rupturas políticas. Em relação ao ex-prefeito Hildo Chaves, disse que ingressou na presidência da Endur para “transformar” a autarquia e que houve quebra de alinhamento quando, após afirmar que não seria candidato, Hildo decidiu concorrer à reeleição por articulações com outros atores políticos, enquanto sua campanha já estava em curso. Sobre o governador Marcos Rocha, Mendes afirmou que o afastamento ocorreu “por conta do Júnior Gonçalves”, então chefe da Casa Civil, que não teria cumprido promessa de apoiar nominatas do Avante com pré-candidatos a deputado federal e estadual. “Quem me chamou de traidor foi o Júnior Gonçalves”, disse, registrando que, após a saída do ex-chefe da Casa Civil, retomou diálogo com o governo e hoje mantém conversas sobre possíveis alianças — inclusive ao Senado. Na esfera nacional, Mendes rechaçou rótulos ideológicos e a “idolatria” a líderes. “Se for de direita apoiar Deus, família e pátria, sou de direita”, afirmou, acrescentando que também defende programas sociais como Bolsa Família e Cadastro Único. Ele disse apoiar ações que beneficiem Porto Velho e Rondônia, citando positivamente investimento federal de R$ 1,5 bilhão. Comentou ainda episódio de violência contra idoso em evento político, condenando agressões e defendendo a via legal — “sou contra a violência”, afirmou. No terço final, o entrevistado revisitou a trajetória e apresentou pormenores de gestão. Disse ter atuado desde os 18 anos em bastidores da política — como chefe de gabinete na Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Prefeitura, além da presidência da Endur. Ele se declarou em “fase de aprendizado” no Legislativo e contou que, para exercer a liderança do governo, adotou postura mais conciliadora. Mencionou o “Corujão da Saúde”, com unidades básicas abertas até 22h para desafogar UPAs, e detalhou frentes de infraestrutura: contratação emergencial de massa asfáltica, operações de tapa-buracos em turnos diurnos e noturnos e obras estruturais como a da rua Calama, com base profunda de aproximadamente 1,5 metro para elevar a durabilidade do pavimento. Segundo ele, a meta é executar 35 quilômetros de asfalto em quatro meses e avançar, ao longo da gestão, entre 150 e 200 quilômetros, reduzindo o estoque de aproximadamente 400 ruas sem pavimentação. Mendes citou ainda articulação do município para o Hospital Universitário, em parceria com o governo federal, e afirmou que é o vereador que mais protocolou pedidos de providência na Câmara — “2.852”, disse —, além de liderar a apresentação e sanção de projetos de lei voltados à defesa do consumidor. Sobre 2026, declarou não pretender disputar mandato de deputado federal, senador ou governador; caso concorra, deverá ser por cargo na capital, a depender da avaliação do grupo político e dos resultados da gestão. Por fim, registrou que o podcast Resenha Política vai acompanhá-lo em futuras entrevistas para verificar entregas e eventuais definições eleitorais. Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica Leia Também Ex-deputado é condenado criminalmente por invasão a hospitais e humilhar servidoras da Saúde Líder do prefeito na Câmara sugere que vereador da oposição é um ‘‘rebelde sem causa’’ Veto de Lula reabilita Cassol; Léo mostra maturidade; e Alan Queiroz articula “Luz Para Todos” Ieda Chaves convida população à instalação da Procuradoria da Mulher em Rondônia Rondônia celebra Dia do Médico Veterinário com lei de Dr. Luís do Hospital Twitter Facebook instagram pinterest