Coreia do Norte deu 9 milhões de munições à Rússia em troca de tecnologia de mísseis balísticos

Coreia do Norte enviou mais de 9 milhões de munições à Rússia em troca de tecnologia de mísseis balísticos, afirmou um relatório do Grupo Multilateral de Monitoramento de Sanções (MSMT, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira (29).

As munições enviadas pela Coreia do Norte permitiram com que a Rússia intensificasse os bombardeios contra infraestrutura civil crítica na Ucrânia, segundo o relatório do MSMT.

O MSMT é um grupo composto por 11 países-membros da ONU e estabelecido em outubro de 2024. O documento divulgado detalha a cooperação, chamada pelo grupo de "ilegal", entre russos e norte-coreanos ao longo da guerra na Ucrânia, que completou três anos em fevereiro deste ano.

Segundo o relatório, os milhões de projéteis de artilharia e munição para lançadores de foguetes foram enviados da Coreia do Norte para a Rússia por navios de carga russos em mais de 20 mil contêineres. A cooperação entre os dois países no conflito entre russos e ucranianos representa uma violação às sanções da ONU.

Em troca das munições, a Rússia ajudou a Coreia do Norte com tecnologia de mísseis balísticos para ajudar a desenvolver o programa de mísseis norte-coreano, segundo o relatório. Os dados russos "levaram a melhorias no desempenho da orientação dos mísseis" norte-coreanos. Moscou também teria fornecido equipamentos de defesa aérea, mísseis antiaéreos e sistemas de guerra eletrônica ao aliado.

“Pelo menos no futuro próximo, Coreia do Norte e Rússia pretendem continuar e aprofundar ainda mais sua cooperação militar, contrariando as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o grupo em seu primeiro relatório.

Além das munições, a Coreia do Norte enviou milhares de soldados para lutarem ao lado das tropas russas na linha de frente do conflito.

O MSMT é composto por Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e outros oito membros da ONU, e foi criada depois que a Rússia vetou a renovação de um painel da ONU que por 15 anos monitorava o cumprimento das sanções relacionadas aos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.