Carnaval exige ações efetivas do policiamento ostensivo-preventivo
Publicada em 03/02/2024 às 10:44A maior festa popular do Brasil com o comando do Rei Momo exige ações efetivas do policiamento ostensivo-preventivo
E a maior festa popular do Brasil está chegando, o Carnaval. O brasileiro é um povo alegre, descontraído, bonachão, e não tem como negar, festeiro. Defeitos tem, ao menos um, a malandragem, se isso pode ser considerado defeito.
O Carnaval demonstra de forma bem explícita a alegria e a descontração de a maioria do povo brasileiro. A cadência do samba leva milhares de pessoas a comemorar a chegada do Rei Momo, símbolo maior do Carnaval.
Porto Velho, por exemplo, tem na Banda do Vai Quem Quer (BVQQ), que desfila sempre no sábado, (este ano no próximo dia 10) que antecede o Carnaval em ruas e avenidas de da capital, de forma espontânea e descontraída reunindo milhares de pessoas.
É o maior bloco carnavalesco do Norte do País fundado pelo saudoso Manoel (Manelão) Mendonça, hoje muito bem representado pela sua filha, Siça Andrade, que vem mantendo o trabalho do pai de forma responsável, demonstrando competência e zelo pelo legado que Manelão deixou para Rondônia e ao Norte do País.
Após dois anos sem desfilar pelas ruas da capital de Rondônia, mais de 250 mil pessoas participaram do desfile em fevereiro de 2023, segundo dados da Polícia Militar. Este ano não deve ser diferente.
Estamos em ritmo de Carnaval e o mundo passa por momentos difíceis com a guerra na Ucrânia, a animosidade violenta de Hamas e Israel, são violências que também se traduzem no Brasil, mas de forma diferente.
Em Rondônia a violência e a criminalidade cresceram de forma assustadora nos últimos dois meses de 2023 e, apesar de ter reduzido um pouco em janeiro, as perspectivas para este mês de fevereiro não são animadoras.
No Carnaval as pessoas sempre “passam do ponto”, como se diz popularmente quando o nível de tolerância é ultrapassado, como ocorreu nos últimos meses. Em finais de semana foram registradas dezenas de mortes, todas violentas com pessoas sendo assassinadas com tiros à queima roupa não importando local e horário.
Sem uma ação mais efetiva do policiamento ostensivo-preventivo, isso não somente em Rondônia, mas também nos demais Estados, as ações criminosas, do que antes eram chamadas de “gangues”, hoje facções, ocorrem de forma constante, agressiva, violenta. As “diferenças” entre os criminosos, que antes eram definidas nos presídios agora foram às ruas colocando a população em constante perigo.
As medidas protetivas da população com muros altos, cerca elétrica, cachorros de raça violenta, mesmo os vigias, não conseguem dar o mínimo de segurança à comunidade. A criminalidade continua sendo elevada. Porto Velho já registrou cerca de uma dezena mortes em um final de semana.
A Polícia Militar (PM), que responde pelo policiamento ostensivo-preventivo desde dezembro vem realizando com sucesso um trabalho de “linha de frente” no combate à criminalidade, com ações em regiões onde os índices de são maiores. Prisões, apreensões de armas e munições, drogas (sempre elas), recapturando fugitivos e prendendo procurados foram ações importantes da PM nas últimas semanas, inclusive a realização de blitze em locais diversos, de forma rotativa com muito sucesso.
Esta é a semana que antecede o Carnaval e as polícias (Militar, Civil, P2) devem ampliar suas ações para amenizar ao máximo a criminalidade e a violência durante o período que antecede a Festa de Momo. Inclusive a abordagem a motoqueiros, que estejam circulando a qualquer hora do dia e da noite com garupa, para averiguação, pois quase todos os crimes são praticados por duplas em motocicletas.
As ações preventivas-ostensivas devem ser levadas para o interior e ampliadas na capital neste período de Carnaval. Se em passado recente Ariquemes liderava as estatísticas de violência e criminalidade no interior, hoje Ji-Paraná e Vilhena estão com médias muito acima do mínimo tolerável e exigem um trabalho mais abrangente.
Alegria e descontração são necessárias durante o Carnaval, mas é fundamental controlar a bebida alcoólica, que também faz parte da festa, mas com limite de tolerância, para que os momentos de felicidade passem a ter clima de velório.
A diversão é necessária e, nada melhor, que o clima de Carnaval para isso, mas a moderação é fundamental para o que sorriso não se transforme em lágrimas.
Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica