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Agência Pública aponta: Porto Velho lidera ranking preocupante na Amazônia

Porto Velho, RO – Segundo o site Agência Pública, a cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, figura em uma posição alarmante em três aspectos cruciais: conflitos, desmatamento e queimadas. Desde 2012, a região tem enfrentado altos índices de conflitos, com ameaças e mortes registradas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), totalizando 113 casos em uma área que abrange o entorno do município.

Um desses relatos envolve o agricultor Roberto (nome fictício), que em 2012 escapou de uma emboscada enquanto liderava famílias em um projeto de assentamento florestal no Curuquetê. Sua história é apenas um exemplo dos desafios enfrentados na região, onde o desmatamento e as disputas violentas por terra são recorrentes.

Esses conflitos ocorrem em um contexto de desmatamento crescente, que coloca Porto Velho em destaque no cenário nacional. Com uma extensão territorial 22 vezes maior que a cidade de São Paulo, a capital de Rondônia tem visto a perda contínua de floresta, resultando em uma combinação preocupante de degradação ambiental e tensões sociais.

Essa situação é evidenciada pelo Mapa dos Conflitos, uma parceria entre a Agência Pública e a CPT, que aponta Porto Velho como uma das áreas mais afetadas por essa tríplice crise na Amazônia.

Segundo informações do procurador do Ministério Público Federal (MPF), Raphael Bevilaqua, o estado de Rondônia enfrenta um sério problema de caos fundiário, onde a desordem nos títulos e registros de terra se tornou um negócio lucrativo. O procurador destaca a relação entre desmatamento, violência e especulação imobiliária, afirmando que o desmatamento ilegal pode triplicar o valor de uma área, especialmente se as pessoas que originalmente habitavam o local forem expulsas.

"Aqui é o faroeste, a tempestade perfeita", diz Bevilaqua, citando casos em que grileiros lucraram com terras invadidas, muitas vezes recorrendo à violência. Ele atribui o aumento da violência rural nos últimos anos a mudanças nas políticas fundiárias, especialmente após 2015.

O pesquisador Afonso observa uma tendência preocupante: o deslocamento dos conflitos que historicamente ocorriam em Porto Velho para áreas do Sul do Amazonas e do Acre. Ele destaca a exportação do modelo de ocupação territorial que caracterizou Porto Velho para novas áreas de interesse do agronegócio, onde o desmatamento e as invasões de áreas protegidas estão aumentando significativamente.

Essas observações levantam sérias preocupações sobre os impactos ambientais e sociais dessa expansão do modelo de ocupação territorial baseado na exploração agropecuária.

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