Justiça confirma perícia em e-mails da cúpula da Americanas
Publicada em 21/09/2023 às 15:59A Justiça rejeitou a tentativa de Americanas de suspender a perícia da empresa Kroll nos e-mails trocados pela cúpula da varejista nos últimos dez anos. A decisão foi tomada pela juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem. Ela determinou a retomada imediata da análise das mensagens eletrônicas.
A juíza, em um trecho duro da sentença, fez um alerta à varejista, advertindo-a: “Observa-se que não será tolerado pelo juízo novas tentativas de suspensão temerária, diante das diversas suspensões [das perícias] já ocorridas a pedido das Americanas, advertindo-se desde já das penas de litigância de má-fé e de ato atentatório à dignidade da Justiça.”
A análise das mensagens dos diretores e conselheiros da Americanas faz parte de uma ação de produção antecipada de provas, movida pelo Bradesco, por meio do escritório Warde Advogados. A Kroll foi nomeada pela Justiça para fazer a perícia do material.
O objetivo da varredura dos e-mails é obter detalhes da comunicação interna da empresa para estabelecer como a fraude contábil estimada em R$ 20 bilhões havia sido tramada na varejista – e quais seriam as pessoas envolvidas na falcatrua.
Em 13 de setembro, contudo, os advogados da varejista solicitaram a suspensão da análise. Para isso, alegaram que a Kroll mantinha uma parceria com o Warde Advogados, em um caso envolvendo a empresa de e-commerce Kabum, que mantém uma disputa judicial com o Magazine Luiza e o Itaú BBA.
O Warde Advogados e a Kroll contestaram a Americanas. Em documento enviado à 2ª Vara, a Kroll afirmou que “não tem e nunca teve qualquer tipo de parceria ou relacionamento com os patronos do Bradesco, o escritório Warde Advogados, para atuação em qualquer aspecto do litígio envolvendo os fundadores do Kabum e terceiras empresas”. A Kroll acrescentou que “não atuou em conjunto ou foi contratada” pelo escritório de advocacia “em relação a qualquer outro cliente ou caso”.
Fonte: Metrópoles