José Luiz Alves
Publicada em 16/10/2020 às 08h00
Nasce uma nova fronteira agrícola
Partindo de Porto Velho em direção ao Acre, ao longo da BR 364 nasce em cresce em ritmo acelerado uma nova fronteira agrícola com lavouras de soja, milho e arroz, transformando a paisagem dos dois lados da rodovia. Na região da Ponta do Abunã depois da travessia do rio Madeira, cuja ponte se encontra em fase final de construção num trecho de 160 quilômetros no distrito de Nova Califórnia, na divisa com estado acreano, lavouras cultivadas ocupam os espaços abertos no passado sem derrubar uma árvore no presente.
Ali os lavoureiros usando as novas tecnologias e equipamentos de última geração recuperam o solo degradado, como se observa no decorrer do trecho preservando os riachos, sangas e nascentes. O término das obras na ponte sobre o rio Madeira, que deverá ser inaugurada até o final do ano encurtara o tempo entre a colheita e descarga nos terminais portuários, em Porto Velho, inclusive reduzindo custos aos produtores rurais.
No ponto de vista de Adélio Barofaldi, produtor de soja e gado no município de Porto Velho, a saída para a crise esta no campo com destaque para o setor produtivo e pela proximidade para exportar rumo a Europa e Ásia maiores clientes de produtos primários de Rondônia e oeste de Mato Grosso. Para o superintendente da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), Gilberto Batista, os grãos produzidos no Cone Sul, do estado para se deslocar até a capital gastam as vezes até mais de 800 quilômetros, enquanto o que se produz aqui no município de Porto Velho, não ultrapassa 400 quilômetros. É uma economia significativa para todas as partes envolvidas neste setor.
Rondonienses e Acreanos!
Liderados pelo secretário de Agricultura do Acre, Edivan Azevedo e pelo Presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), Hélio Dias um grupo de produtores rurais do estado vizinho conheceram na última quinta-feira (15), o desenvolvimento no plantio de soja, na região da Ponta do Abunã. Representando a Secretaria de Agricultura do estado de Rondônia (Seagri), o técnico Avenilson Trindade mostrou que a produção de grãos e bovinos naquela área ocupa um espaço importante na economia do estado. Com uma média de 60 sacas de 60 quilos por hectare cultivada em mais de 30 mil hectares de lavouras os produtores rurais apostam pesado em tecnologia para melhorar a produtividade.
Na mesma direção
O secretário de Agricultura do Acre, Edivan Azevedo frisou, que naquele estado que tem uma forte tradição na bovinocultura, os pecuaristas estão partindo para a diversificação na produção agrícola ocupando espaços com soja, milho, arroz e feijão engordando boi por meio de confinamento. Essa é uma realidade da região da Ponta do Abunã que naturalmente encontro espaço livre na terra de Plácido de Castro. Enfrentando chuva e sol e poeira os acreanos retornaram satisfeitos diante de tudo que vislumbraram em termos de futuro no agronegócio.
À titulo de informação
No trecho de 160 quilômetros partindo da cabeceira da ponte em fase final de construção no rio Madeira pela BR 364 até o distrito de Nova Califórnia na divisa Acre são mais de 225 mil hectares de áreas em condições de produzir grãos sem a necessidade de derrubar uma árvore. Do lado no estado vizinho segundo o Secretário Edivan Azevedo podem ser incorporados mais um milhão de hectares tornando a região num grande pólo produtivo de alimentos.
Tem mais...!
Seguindo na mesma toada, na Ponta do Abunã existem mais de 265 mil cabeças de bovinos de corte e leite, que somados ao gado criado no Sul do Amazonas e Acre, podem alcançar sem muito esforço a soma de 3milhões de cabeças. Levantamentos superficiais revelam que 30% dos tributos recolhidos na atualidade pelo município de Porto Velho são oriundos da região de Ponta do Abunã.
Nem tudo é alegria!
A buraqueira na BR 364 por onde é escoada essa vasta produção além da logística exorbitante cobrada pelas balsas no rio Madeira, é uma realidade incontestável que no final da reduz o lucro de quem investe e acredita no setor produtivo. A esperança dos produtores de Ponta do Abunã e acreanos é que de fato o governo cumpra a promessa e entregue até o final a ponte sobre o rio Madeira.
Decepcionados!
Os acreanos e rondonienses, como nem tudo é perfeito ficaram com a decepção de não poder visitar as obras em fase final na ponte sobre o rio Madeira. Os técnicos que trabalham no local não conseguiram localizar o superintendente do DNIT em Rondônia, André Lima para autorizar pelo telefone a visita dos ilustres produtores rurais e outras autoridades. Como diria o poeta: “É sempre assim, existem os que trabalham e os que atrapalham”.
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