Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 25/07/2020 às 11h06
As eleições a prefeito, vice e vereador deste ano, que seriam realizadas em outubro foram adiadas pela Justiça Eleitoral para novembro. As convenções partidárias, para escolha dos candidatos também tem novo prazo e podem ser realizadas de forma virtual, devido ao momento difícil que passa o mundo, com a luta contra o coronavírus.
Com o prazo para escolha dos candidatos definido e a necessidade de a formatação das nominatas os dirigentes partidários correm para se organizarem. As convenções estão marcadas para o período de 31 de agosto a 16 de setembro.
A mobilização para escolha dos candidatos a cada semana ganha mais intensidade na capital e no interior de Rondônia. Aos poucos estão sendo nominados os pré-candidatos aos cargos eletivos das eleições deste ano. Na Opinião da semana anterior, foi abordado o quadro eleitoral pré-convenções em Porto Velho e Ji-Paraná. Esta semana explana a situação em Ariquemes, terceiro colégio eleitoral do Estado com mais de 100 mil eleitores.
Vários nomes estão em condições de disputar as eleições municipais em Ariquemes. A desistência do prefeito Thiago Flores (PRB), que anunciou recentemente, que não pretende concorrer à reeleição fortaleceu os demais pretendentes a comandar a prefeitura a partir de janeiro do próximo ano. Thiago realiza um bom trabalho e a expectativa seria da busca de um novo mandato.
O MDB tem pelo menos três bons nomes em condições de disputar a prefeitura com sucesso. A ex-secretária de Estado da Agricultura, Mary Braganhol, que também passou pela mesma pasta na administração do ex-prefeito, hoje senador, Confúcio Moura está na lista tríplice do partido. Mary tem a preferência de Confúcio, que já foi prefeito de Ariquemes e com enorme influência no diretório municipal e estadual, além de ocupar o cargo de 1º vice-presidente da Executiva Nacional.
O ex-secretário de Estado (Saúde e Finanças), Gilvan Ramos do ex-governador Confúcio Moura, não tem o mesmo potencial eleitoral de Mary e Saulo, mas caso seja o preferido de Confúcio poderá ser um adversário em potencial na corrida à prefeitura. O senador tem rejeição, o que é normal, mas também tem força eleitoral para ajudar a eleger o candidato do seu partido.
Saulo Moreira obteve mais votos (10.911), que 12 dos 24 deputados estaduais eleitos em 2018. Não se reelegeu devido a coligação. Tem uma ampla folha de bons serviços prestados ao município, mas não tem o apoio de Confúcio, fundamental numa convenção para escolha dos candidatos. Vai ter que buscar espaço para conseguir passar na convenção.
O ex-deputado estadual Tiziu Jidalías (Solidariedade) está na lista de pré-candidatos em condições de se eleger prefeito de Ariquemes. Teve uma boa passagem pela Assembleia Legislativa (Ale) e tem forte representação popular. Somou 28.577 votos a deputado federal nas eleições de 2018, e obteve mais votos, que o deputado federal coronel João Chrisóstomo, do PSL (28.344). Ficou na suplência devido a coligação.
A participação do vice-prefeito Lucas Follador (DEM) na administração do prefeito Thiago é insignificante. Desde o início do mandato teve desavenças com Flores e ficou isolado da prefeitura. Também concorreu a deputado federal em 2018 e contabilizou 26.566 votos, votação boa, mas insuficiente para elegê-lo. Tem o apoio do pai, o deputado estadual Adelino Follador (DEM), de significativa participação junto ao eleitorado regional, pois ele já foi vereador em Ariquemes, prefeito de Cacaulândia e é bom de voto.
O ex-prefeito Lorival Amorim, filiado ao PSL também está na lista de pré-candidatos. Teve uma passagem regular no comando do município e não conseguiu se reeleger, perdendo para Thiago Flores. As informações são que Lorival está se preparando para entrar na disputa a prefeito nas eleições de novembro próximo.
É importante destacar que, caso Thiago realmente mantenha a sua posição, de não concorrer à reeleição, o presidente do diretório municipal do PRB, o deputado estadual Alex Redano, liderança emergente e crescente na região e no Estado, deverá apoiar Tiziu ou Lucas. As conversações estão adiantadas, mas a esperança de Redano é que Thiago reveja sua posição.
Redano já foi eleito presidente da Assembleia Legislativa e assumirá o comando da Ale em 1º de fevereiro 2021, para um mandato de dois anos. Ele foi vereador em Ariquemes, presidente da câmara, se elegeu deputado em 2014 e se reelegeu em 2018, com quase 4 mil votos a mais que na primeira eleição. Sua mulher, Carla, se elegeu vereadora e hoje preside a câmara.
Não há como negar que Redano é atualmente a maior liderança política da região de Ariquemes, mesmo tendo Confúcio Moura, como senador. As eleições em Ariquemes seguramente terão que passar pelo crivo de Redano. Seu apoio direto ou indireto será fundamental
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