Rondoniadinamica
Publicada em 04/04/2020 às 10h47
Porto Velho, RO — O Rondônia Dinâmica tem cobrado rotineiramente posicionamentos mais enérgicos das instituições ligadas ao Estado em relação às nuances voltadas ao Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
Nacionalmente falando, é vísivel o apartamento entre as concepções e abordagens sobre o tema entre o presidente da República Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta: o nítido contraste, como não poderia deixar de ser, tornou-se animosidade e, a partir de agora, o futuro do comandado passa a ser uma incógnita nas mãos do mandatário do Planalto.
Aqui, a postura do governador Coronel Marcos Rocha começou com o desdém característico da turba ensandecida que, a despeito da era da internet e do jorro de informações saídas diretamente das hostes científicas, opta pela ignorância, pelo dar de ombros à realidade. O pontapé inicial foi o fato de o militar ter abraçado com unhas e dentes as manifestaçõs do dia 15 de março dando publicidade ao ato há um mês. Mudou de ideia? Mudou, porque o avanço do COVID-19 pelo mundo e a aterrisagem do vírus em solo brasileiro tiveram o condão de acender o sinal de alerta.
Hoje, além de a enfermidade ter aportado a Rondônia, dez casos já estão confirmados [existe um décimo primeiro pendente de confirmação] e há o registro de uma morte; por ora, considerando o restante do Brasil, incluindo o vizinho Acre e o estado do Amazonas, Porto Velho e as cidades do interior estam relativamente bem, mas não por preparo e pulso firme do poder público.
Tanto é que os membros do Palácio Rio Madeira precisaram levar um "puxão de orelhas" do Judiciário, isto patrocinado via ação movida através do Ministério Público (MP/RO).
Agora, as instituições convergiram no sentido de apertar o isolamento social até que o Estado de Rondônia tenha plenas condições de garantir o combate e o controle do avanço do Coronavírus.
Porém, enquanto Marcos Rocha pisa em ovos para não desagradar o presidente Bolsonaro, o médico Fernando Máximo chama o protagonismo para si em relação à luta desencadeada pelo Palácio Rio Madeira contra a moléstia.
Ele chegou a gravar vídeo denunciando que pessoas com o diagnóstico confirmado ou sob forte suspeita estariam violando a quarenta, lembrando, ainda, que isso é crime.
A questão é: a posição indefinida dos governantes desancadeia atmosfera cética e muitos já levam a situação na galhofa, ignorando inclusive as determinações legais trazidas pelo Estado.
Máximo precisa manter o comportamento irredutível para que o vírus não seja tão destrutivo em Rondônia quanto em outros lugares do mundo.
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