Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 12/10/2019 às 10h21
O governo do Estado está tendo um “alívio”, das pressões para recuperação das ROs, quase a totalidade sem condições mínimas de segurança, devido a buracos e as de leito natural, também deterioradas. É que a Energisa-Ceron lidera as reclamações na capital e interior do Estado, devido aos valores das contas de luz, que não condizem com a realidade de cada consumidor situação que provocou a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa (Ale).
Rondônia atende a boa parte do país com energia elétrica de qualidade. A energia gerada pelas usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira em Porto Velho fornece energia para Araraquara, interior de São Paulo que distribui para a região Centro Oeste.
Para poder construir Jirau e Santo Antônio muitos quilômetros quadrados de floresta amazônica foram destruídas, a maioria “afogadas” com o represamento do Madeira. Nem a madeira nobre foi aproveitada devido a pressa em construir as usinas, pois o país vivia a iminência da um apagão e Rondônia –mais especificamente Porto Velho– pagou e continua pagando um preço econômico-social muito elevado por isso.
Antes das usinas não havia mendicância na capital. Apenas “noiados” consumidores de “merla” em pontos estratégicos, como nos mercados (Central e do 1) e não de pedintes na maioria dos semáforos e estacionamentos de supermercados da área central e das zonas Sul e Leste como hoje. A situação atual de miséria explícita não era constatada antes das usinas.
Junto com as hidrelétricas chegaram a violência, a criminalidade e até atos de terrorismo, como incêndio de ônibus do transporte coletivo urbano e veículo da prefeitura, que ocorreram esta semana, fatos negativos, que muito preocupam a sociedade e merece alerta geral e ações rápidas e efetivas das polícias e até do Exército, se necessário.
A entrega da distribuição da energia elétrica no Estado para a Energisa em outubro de 2018 parecia ser a solução para o setor, porque a Ceron estava falida, devido a ações solertes de maus políticos e sem condições de ser recuperada pelo governo estadual. Engano. Hoje o povo reclama nos quatros cantos do Estado dos aumentos absurdos nas contas de energia elétrica. E o mais grave: a maioria não tem como pagar.
Não é preciso ser técnico e muito menos engenheiro para constatar, que há problemas com as contas de luz no Estado. Famílias que pagavam um valor já elevado, pois o calor da região, não permite que uma pessoa consiga trabalhar ou dormir sem ventilador ou ar-condicionado, regalias em outras regiões, mas necessárias em Rondônia, tenha que pagar pelo que não consumiu. As contas não batem e qualquer leigo pode constatar isso na maioria das residências e no comércio de Rondônia.
Existe esperança significativa com a CPI da Energisa constituída na Assembleia Legislativa, pelo presidente Laerte Gomes (PSDB/Ji-Paraná) e presidida pelo deputado Alex Redano (PRB-Ariquemes). A CPI não tem poder de determinar o que tem que ser feito, mas de apurar o que realmente está acontecendo e formalizar providências no caso da constatação das inúmeras irregularidades denunciadas pelo povo consumidor, que não é mentiroso e sofre no bolso com a situação.
Ou a família compra o que comer ou paga a conta de luz. A situação é muito delicada, pois é questão de sobrevivência.
Caso a Energisa continue a apresentar contas com valores elevados e totalmente fora da realidade do consumidor, certamente Rondônia terá que voltar aos tempos de antes do Linhão, quando comércio e residências utilizavam motores estacionários a diesel e o cidadão comum terá que apelar para o lampião, velas, etc.
A população de Rondônia está esperançosa pelos resultados da CPI, que já constatou ações questionáveis, inclusive “patrocínio” de equipamentos para aferir os medidores ao governo do Estado, onde, acredita-se, está um fator negativo da empresa e recursos financeiros para segurança ostensiva nas ações de campo. Atos até legais, mas imorais. Também há complacência do Procon-RO, que mesmo com mais de 3 mil denúncias se limitou a pedir informações à Energisa.
O povo não é bandido, não pode ser tratado como ladrão de energia e muito menos pagar pelo que não deve. Mais de 3 mil denúncias em menos de um ano de Rondônia não poderiam ser ignoradas pelos “protetores” do consumidor, o Procon, que no caso, existe, mas não se sabe a que – ou quem– serve.
Tem algo no ar, mas não é pássaro, avião ou drone.
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