Rondoniadinamica
Publicada em 25/05/2022 às 11h27
Porto Velho, RO – O articulista Robson Oliveira, titular da coluna Resenha Política, abordou questão importante no seio político regional.
Suas considerações sobre o assunto foram veiculadas também no Rondônia Dinâmica na manhã desta quarta-feira (25) sob o título “Flávio Bolsonaro pressiona Marcos Rogério; queimação dos Carvalho; e a ladainha de culpar a imprensa” (clique aqui e leia a íntegra).
A informação indica algumas sutilezas voltadas aos bastidores e eviscera ainda eventual logística engendrada pela ex-tucana, que, por seu tempo de permanência na vida eletiva, sempre com respaldo popular, pode ser considerada, sim, uma das grandes expressões políticas do estado.
Porém, como a história recente ensina, até “tubarões” do meio podem ser engolidos pelas tendências sociais, verdadeiras “orcas assassinas” quando o tema é destronar lideranças locais.
Aconteceu, por exemplo, com a emedebista Marinha Raupp, considerada há pouco campeã imbatível de votos, mas que, ao longo do tempo, viu sua popularidade minguar a cada pleito até que restou defenestrada do Poder à base do voto [ou, no caso, da falta dele].
Em 2006 ela fez 65,4 mil votos; em 2010, “explodiu” subindo para 110,5 mil; em 2014, baixou drasticamente para 61 ,mil [ainda como a mais votada pelo estado]; e finalmente em 2018 foi “pulverizada” de Brasília sem alcançar sequer 19 mil votos.
Já Mariana Carvalho se elegeu pela primeira vez à Câmara Federal ainda pelo PSDB em 2014, com 60,3 mil votos; atrás apenas de Marcos Rogério (à ocasião na esquerda, filiado ao PDT), com 60,7 mil votos; e da própria Marinha Raupp, ainda imbatível naquele período.
Agora, diferentemente da ex-colega, seu segundo mandato obtido em 2018 já despencou em termos de votação, caindo de 60,7 mil votos para 38,7 mil, ficando atrás de Expedito Netto, do PSD, com 39, 9 mil e Léo Moraes, do Podemos, com 69,5 mil.
A diferença para as duas figurinhas é que Mariana Carvalho optou por não ser espectadora VIP do seu próprio naufrágio e resolveu – certo ou errado –, se “reinventar” como bolsonarista.
Saiu do ninho tucano, rumou para o Republicanos, se veste eventualmente de verde e amarelo, entoa discursos conservadores nos costumes e liberais na esconomia e quer agora ocupar assento no Senado Federal.
Soa como passo drástico, mas foi patrocinado paulatinamente, com rumos pensados e realizados aos poucos, de maneira progessiva. Não começou agora.
De fato, a transmutação político-social da parlamentar consagrou-se com anfitriã dos rebentos do morador do Palácio do Alvorada, aproximando-se ainda mais e principalmente do 01: Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Rio de Janeiro, hoje no PL do pai e do principal apoiador local, o senador Marcos Rogério, pré-candidato à sucessão.
Isto, além de ciceronear autoriades do alto escalão da União em suas passagens por terras rondonienses, atuando como espécie de Lindomar Garçon de grife, aparecendo ao lado deles sempre que psosível.
Essa amizade com Flávio Bolsonaro, espontânea ou por interesses, tanto faz, pode servir de arrimo à sua pré-candidatura ao Senado Federal. É nela que Mariana visa encontrar sustância na disputa, para não surgir como “mais uma” no menu com tantos adeptos do bolsonarismo.
Com intervenção do 01, Marcos Rogério, que já tinha um problema para conferir apoio ou ao amigo Expedito Júnior, no PSD, ou ao pecuarista e correligionário Jaime Bagattoli agora terá de lidar com a pressão de cima para baixo no sentido de talvez ser obrigado e “engolir” a deputada federal, mesmo que informalmente.
Mais um ponto que conflui com as opiniões do Rondônia Dinâmica no sentido de apontar: as primeiras grandes disputas no panorama micro serão travadas por contendas internas, desempenhadas, essencialmente, pelos apoiadores do presidente da República Jair Bolsonaro.
A vontade de Mariana Caravalho em dar um passo maior que a perna embaralhará pretensões de potenciais aliados forçando a “fissão nuclear” e a sequente “explosão” porquanto há entre eles, como diz o ditado, “muito cacique para pouco índio”.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2022/05/mariana-carvalho-se-reinventou-no-bolsonarismo-e-deve-usar-filho-numero-01-do-presidente-para-dar-sustancia-a-pre-candidatura-ao-senado-por-rondonia,132516.shtml