Por GAZETA CENTRAL
Publicada em 12/12/2019 às 10h24
As 150 famílias inscritas no programa Minha Casa Minha Vida para receberem as moradias do Conjunto Habitacional Ouro Preto II, na Estância Turística de Ouro Preto do Oeste, não sabem mais a quem recorrer, uma vez que as casas, mesmo antes de serem concluídas para entrega, foram invadidas.
A obra
Os contemplados assinaram contrato com a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2013 e, desde então, a obra das 150 casas vem se arrastando por mais de seis anos. A Associação de Pequenos Agricultores do Nuar Nova Esperança – APANE, iniciou a construção das casas. Restando pouco para a conclusão das moradias, alegou desequilíbrio financeiro, levando à paralisação e ao abandono da obra.
Retomada da obra
Após inúmeras reivindicações por parte dos moradores contemplados pelo projeto Minha Casa Minha Vida com representantes da Caixa Econômica, criou-se a Comissão de Representantes (CRE) e a Comissão de Acompanhamento de Obras (CAO), onde, após análises e levantamento feitos por engenheiros sobre a atual situação das moradias, acordaram que uma empresa de Cacoal iria retomar a obra, ao custo aproximado de R$ 1.257.000,00 para que as casas fossem concluídas e entregues.
Invasão
Ocorreu na manhã do dia 29 de novembro, quando dezenas de famílias não encontraram nenhuma dificuldade em adentrar o conjunto e se apossar das 150 casas que se encontravam em meio a total abandono, envoltas por matagal e sem nenhum tipo de segurança.
Estaca zero
Com a invasão, a retomada da obra não poderá ocorrer até que seja feita a reintegração de posse. Mesmo após a retirada dos invasores, os engenheiros da Caixa terão que realizar um novo levantamento da situação de todas as casas, o que acarretará em mais tempo e no aumento no valor da obra.
Venda de casas
De acordo com populares, alguns dos invasores teriam se apossado de mais de uma moradia e estariam vendendo casas. Uma delas chegou a ser negociada ao valor de R$ 800,00, com a intenção de ser instalado um bar. Os atuais invasores já estariam fazendo “vaquinha” para constituir um advogado para auxiliá-los a terem o direito de permanecer nas casas.
Revolta
Os beneficiários que foram contemplados a receberem as casas estão indignados com a situação, alegando que, por respeito à lei e por serem cidadãos cumpridores de seus deveres, vinham há seis anos aguardando que as moradias fossem entregues a eles. E, mesmo tendo oportunidade, de forma alguma sequer cogitaram invadi-las. Destacam que, de uma hora para outra, pessoas que não têm nada aver com o Programa simplesmente as invadiram e até agora as autoridades competentes não fizeram nada para retirá-los.
A Caixa
Em contato com a assessoria de imprensa da Caixa, limitou-se apenas a dizer que, assim que notificada do ocorrido, registrou o boletim de ocorrência junto aos órgãos de segurança pública competentes (Polícia Federal) e ingressou com ação de reintegração de posse.