Por Rondoniadinamica
Publicada em 02/07/2019 às 09h43
Porto Velho, RO – Há pouco mais de um mês, o jornal eletrônico Rondônia Dinâmica relatou, em reportagem especial, o calvário vivenciado por Ricardo Carlos Martins Marini, vítima de homofobia espancada dentro e fora da boate VIP Clube Lounge Bar, em Porto Velho.
RELEMBRE
Espancamento VIP: vítima de homofobia apanha dentro e fora de boate em Porto Velho
O enredo envolve uma série de agressões promovidas a esmo contra o então cliente da casa noturna sem que o empreendimento sequer prestasse socorro ao consumidor, que, de acordo com declarações prestadas exclusivamente a este site de notícias por um motorista do aplicativo Uber, só não morreu porque foi socorrido em tempo hábil pelo profissional liberal.
Marini agora pretende obter reparações de ordens materiais e morais por conta do episódio traumático.
Nos autos da ação nº 7027911-12.2019.8.22.0001, que tramita no 4º Juizado Especial Cível de Porto Velho, há, na peça inicial elaborada pelo advogado Jhonatas Pini, uma informação inédita.
De acordo com as alegações do representante legal da vítima, o inquérito deflagrado pela Polícia Civil (PC/RO) a fim de elucidar os fatos que ocorreram no dia 31 de maio deste ano traz a declaração de uma testemunha-chave esmiuçando o modus operandi da proprietária da boate após as agressões reverberarem negativamente tanto nas redes sociais quanto na imprensa regional.
Ricardo Marini foi brutalmente espancado várias vezes dentro e fora da boate VIP Lounge na madrugada do dia 31 de maio
A testemunha em questão, cujo nome carrega as iniciais M. W. S., disse que “A dona da boate ofereceu dinheiro para que mentisse a respeito do caso”.
Na visão do advogado de Marini, a declaração se encaixa perfeitamente ao anúncio apresentado pela VIP Lounge logo após a denúncia de Ricardo viralizar no Facebook. A casa noturna diz ter realizado reunião com funcionários; o conteúdo do encontro, no entanto, não foi divulgado. Jhonatas Pini, que representa o funcionário público nos autos, vê convergência entre o anúncio de reunião com funcionários e a declaração da testemunha indicando possível tentativa de fraudar os fatos via pagamento.
"Noite de horrores", é assim que, atualmente, Rircardo define o sofrimento passado no dia 31 de maio na boate VIP Lounge Bar
Hadassa da Silva Costa, representante da H da S Costa Eireli, razão social do nome de fantasia VIP Lounge Bar, teria, ainda de acordo com Ricardo Marini, criado obstáculos para que seu advogado tivesse acesso às imagens de circuito interno da boate. Aos autos, ele acostou uma ligação telefônica grava por aplicativo de celular a fim de comprovar à Justiça os empecilhos criados por Hadassa Costa, embora, à ocasião, o discurso da proprietária era entoado no sentido de estar à disposição para fornecer as gravações.
Ricardo garante que até hoje não teve acesso à integra das filmagens.
Marini informou ao Poder Judiciário que realizou exame de raio-x onde fora constata a necrose de um de seus dentes em decorrência das agressões sofridas dentro e fora da boate VIP Lounge.
Após as sessões de espancamento, a vítima também foi diagnosticada com transtorno estresse pós-traumático: para combatê-lo, o médio receitou a Marini tratamento psiquiátrico por pelo menos dois anos.
Dois anos de tratamento psiquiátrico: o peço do trauma sofrido por Ricardo Marini
Dos pedidos
Ricardo Marini solicitou a concessão de tutela de urgência para que a boate VIP Lounge Bar apresente todas as imagens das câmeras de circuito interno e externo referentes aos dias 30, desde que abriu as portas, até a manhã seguinte, 31 de maio, quando fechou.
Para que isso ocorra, o advogado suscitou o Código de Defesa do Consumidor a fim de alcançar judicialmente a inversão do ônus da prova.
Sobre o mérito da causa, a vítima pede R$ 267,47 de em indenização por danos materiais por conta das despesas com medicamentos; outros R$ 39.652,53 são para ressarcimento do dano moral sofrido à ocasião.
Rondônia Dinâmica tentou contato com a boate e a também tentou falar com a empresária Hadassa Costa, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para eventuais esclarecimentos e à devida apresentação do contraditório.