Vai não vai dos tucanos faz o burro relinchar: é festa no Reino Animal!

Vai não vai dos tucanos faz o burro relinchar: é festa no Reino Animal!

Porto Velho, RO – Dia desses fui censurado por um ex-governador – boa praça, diga-se de passagem – porque mencionei em um de meus artigos que o governo Michel Temer (PMDB) era, e é, como não poderia deixar de ser, ilegítimo.

Atingido por essa nova tendência midiática argumentativa, o antigo mandatário, numa finesse de causar inveja ao que sobrou de Dom João VI, informou que a partir do parágrafo que tratava acerca da ilegitimidade pararia de ler o que eu tinha a dizer.

Confesso, fiquei magoado. Admito, foram dias sem dormir. Reconheço, eis me aqui aos frangalhos a soltar lamúrias chulas traduzidas em pitangas mal choradas.

Ufa... Estou melhor agora.

Sigamos...



Como a retórica não foi exatamente o forte do comentário que recebi, não tive oportunidade de rebatê-lo. Fui obrigado a imaginar o porquê do descontentamento e cheguei à óbvia conclusão: tal qual Temer, o revoltoso chegou ao Poder através de mandato-tampão – com a sutil diferença de que os buracos foram cobertos por motivos escandalosamente diferentes.

O primeiro substituiu o titular quando este resolveu encampar batalha política pelo Senado Federal; o peemedebista, no entanto, puxou o tapete de sua antecessora junto com a horda que hoje controla o País. E o pretexto era lutar contra a corrupção...

Calma lá, ex-gov!

Não é qualquer vice um pretenso molestador da República: o senhor, pelo menos até agora, não se encaixa aí. 


Caro leitor, se teve a paciência de ler a verborragia até aqui é imprescindível destacar que, enquanto você passava os olhos por esta bobajada de hoje (acabou a tosquice, juro!) que ousarei chamar ainda de artigo de opinião, o PSDB espera, espera, espera, espera e, em vez de voar, nada!

Que bicho interessante esse tucano versátil da política... Verdadeiro líder da fanfarra da bicharada. 

É pena que os símios menos desenvolvidos tenham gastado toda sua energia batendo panelas meses atrás e já enviaram escusas oficiais – com emblema da CBF e tudo – via Correios para justificar a ausência. Tudo custeado pelo patrocinador José Maria Marin que, aproveitando o ensejo, passou a mão nos selos dourados só pra não perder o costume...


Voltando aos peessedebistas, os peemedebistas de ontem.

Essa coisa nojenta de simbiose com o protagonismo num anseio parasitológico de tomar o corpo do hospedeiro é novela antiga.


E os poucos “““dissidentes””” no tucanato agem com a voracidade de um rebelde infante que puxa o braço da mãe para que compre todo brinquedo que vê nas gôndolas do supermercado – nada que um peteleco bem dado no pé da orelha não faça frear.

Já os raposões – nem vou usar aspas aqui – jogam com a velha tática de aguardar os próximos capítulos. Com a coisa ficando cada vez mais feia pro lado do Planalto, as tais “reuniões deliberativas” ocorrem em profusão e o partido, sem tomar posição, assume postura confortável em cima do muro.

Será que Mário Covas concordaria com a subserviência adotada por Fernando Henrique Cardoso e demais componentes do cacicado azul amarelado (e amarelou mesmo!)?

Sem contar o silêncio diante da situação vivenciada por Aécio Neves, não o candidato, aquele homem bem afeiçoado e eloquente que conquistou seu voto lá em 2014, mas sim o cidadão que entregou cartão de visitas pela primeira vez ao expor sua verdadeira personalidade na conversa gravada e escancarada pelo criminoso Joesley Batista falando até em matar para calar delator.

Ignorando o vai não vai dos tucanos, os cidadãos fixam a atenção às peças-chave da grande papagaiada encenada pelo Congresso Nacional em reflexo ao caso crítico do atual presidente viciado (melhorou?): novo erro crasso, pois o que vier depois de Miguel Elias Lulia e sua alcateia de hienas pode ser muito, muito, muito pior – acredite se quiser.

Falando em papagaio ainda há a ala que entoa e propaga um tal de "Fora todos". Típico discurso que, fosse algo material e palpável, não serviria sequer de peso para papel, tamanha inutilidade genérica e acovardada. 

O relincho dos espectadores complacentes diante dessa execrável biodiversidade institucional denota fauna em festa. É bacanal no Reino Animal! 

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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