O prefeito Hildon Chaves (PSDB) viajará esta semana para o exterior em férias de quase trinta dias e deixa um “presente de grego”, para a população trabalhadora de Porto Velho. Hildon sancionou a proposta de aumento da tarifa do transporte coletivo urbano de R$ 3 para R$ 3,80 a partir do próximo sábado (8). É uma majoração de quase 30%, um verdadeiro assalto ao bolso do povo trabalhador, que depende do ônibus para poder trabalhar.
A desculpa dos administradores públicos é sempre a mesma: o aumento foi proposta do Conselho Municipal de Transporte Coletivo (Comtrans). Mas quem sancionou e publicou no “Diário Oficial” (edição do último dia 30) do município foi o prefeito Hildon Chaves concedendo o aumento da tarifa a partir do dia 8. Ele poderia vetar.
O transporte coletivo de Porto Velho é o pior da região Norte. A frota é composta de ônibus velhos com bancos quebrados, sujos, sem o mínimo de acessibilidade; motoristas que param longe do meio-fio dificultando o acesso a idosos, pessoas deficientes, além de cobradores mal educados e espera infinita, porque os horários não são cumpridos. Tudo, lógico, guardado as devidas proporções.
A frota, velha, obsoleta não tem ar-condicionado, mesmo com os termômetros em Porto Velho marcando quase sempre em torno de 30 graus. O número de veículos é bem menor do que exigido, basta conferir. As paradas não têm coberturas e nem bancos.
O contrato emergencial (?) vem desde o mandato do ex-prefeito Mauro Nazif (PSB). Não se sabe como o Consórcio SIM, de uma empresa, mantém o vínculo com o município. Isso os membros do Comtrans não fiscalizam, não cobram, não opinam, não sugerem. O povo que de lixe.
No decreto que entrará em vigor a partir do próximo sábado há itens absurdos, como se fosse para abertura de uma licitação. Determina que o Consórcio SIM faça melhorias (?) como “reparação imediata de 30 veículos, início (?) do processo de reparação permanente da frota, disponibilização de ar-condicionado em 20 veículos, início de funcionamento de duas linhas expressas, aquisição e disponibilização de duas vans para o transporte de portadores de deficiências para tratamentos de saúde”. Tudo isso já não seria obrigação contratual?
As melhorias não seriam obrigações de quem se dispõe a prestar serviços ao município? Onde estão os moribundos vereadores? Recebem para que?
É chocante para mais de 65% dos eleitores de Porto Velho, que elegeram Hildon Chaves prefeito constatar que o gestor público dá guarida a uma empresa, que diz ser um consórcio concedendo um aumento de quase 30%, um verdadeiro assalto ao bolso do povo trabalhador, que não tem carro e depende do ônibus, mesmo sucateado, pois não tem opção.
E o Dr. Hildon, ainda, diz que “intensificará a fiscalização ao Uber”. E os taxistas? E os mototaxistas? Para os inimigos os rigores da Lei. Para os chegados os benefícios da Lei, desde que (ele) seja o juiz.
O futuro do transporte coletivo de Porto Velho continuará sombrio. No máximo o bonde puxado por uma junta de bois...
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