Sérgio Moro: o termômetro que dita o limite da liberdade de imprensa e expressão



Porto Velho, RO –
Ao mandar conduzir coercitivamente, autorizar a apreensão do parco material laboral e quebrar o sigilo de comunicação do jornalista Eduardo Guimarães, responsável pelo Blog Cidadania, a personificação do contrassenso Sérgio Moro, que é juiz federal em Curitiba, traçou os ditames de nossa profissão. Aliás, perdão... Nossa não. Porque, segundo a Justiça Federal daquela pretensa República aparentemente apartada, Guimarães não é profissional de imprensa e, consequentemente, muito menos eu (e uma ‘pá’ de colegas jurássicos e neófitos).

Duvida? Olha aí embaixo, então...

Mas convenhamos: Serginho tornou-se, a partir de então, o termômetro que dita o limite da liberdade de imprensa e expressão no País.

Claro, há casos e casos. Por exemplo, no dia 17 de março deste ano, o mesmo Moro disse: “A imprensa não está obrigada ao sigilo”. A declaração, publicada pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e outros veículos de comunicação, tinha a ver com vídeos ‘vazados’ contendo depoimentos dos delatores da Odebrecht dentro do processo da Lava Jato.

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“Quanto ao que ocorre fora do processo, com a divulgação dos vídeos pela imprensa, não cabe a este Juízo providências, já que não estão obrigados à manutenção do sigilo, prevalecendo a liberdade de imprensa”, observou à época o magistrado considerado herói nacional por boa parte da população brasileira.



Já em relação ao blogueiro, oras, a coisa pareceu não funcionar de maneira tão liberal assim! Afinal de contas, as informações postadas massacraram o calo frágil do Fernandinho, também conhecido como Sérgio, que por sua vez é Moro.

Que reles mortal em sã consciência teria o despautério de antecipar a condução coercitiva do ex-presidente Lula? Poderia, o sujeito, restringir-se a publicar informações sigilosas só sobre os chamados ‘inimigos da Pátria de teceiro escalão’, os já rifados, ou seja, aqueles cujo Moro já autorizou o escárnio público e moral.

Falando sério agora: você pode até apoiar indiscriminadamente as ações de qualquer autoridade, sem problema algum. Mas lembre-se que os esforços estão confluindo com seus interesses por uma questão de momento. Amanhã, pode ser o seu partido; o seu candidato; o seu jornalista preferido ou até você mesmo!

Pense antes de endeusar seres humanos, meu amigo. Pense! Porque é a única coisa que ainda nos distingue dos animais que, embora chamados de irracionais, têm demonstrado mais inteligência do que muitos de nós.

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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