Populares criminalizam blitz da Lei Seca em Ouro Preto do Oeste

Populares criminalizam blitz da Lei Seca em Ouro Preto do Oeste

 Uma motocicleta que havia sido furtada foi recuperada durante a blitz.


O pedestre Rivaldo Oliveira, 48 anos, teve a vida ceifada às 07h30 do dia 10 junho, no cruzamento da avenida Governador Jorge Teixeira com rua Roraima, bairro Novo Horizonte, Estância Turística de Ouro Preto do Oeste, após ser atropelado por uma motocicleta conduzida por um homem que, segundo a Polícia Militar, estava com visíveis sintomas de embriaguez alcoólica.

A triste e lamentável história de Rivaldo e de inúmeras outras vítimas poderiam ser evitadas, caso a população, em especial os condutores, passassem a ter mais responsabilidade e até mesmo parassem de criticar e criminalizar as blitz da Lei Seca. Elas visam coibir os motoristas de dirigirem embriagados e com isso evitar acidentes de trânsito, muitos deles fatais.

Inúmeras pessoas, e por incrível que pareça, muitas delas com um grau elevado de esclarecimento, e incluindo cidadãos que diariamente são críticos ferrenhos da corrupção e do descumprimento da legislação vigente em nosso país, não pouparam o teclado de seus computadores e dos smartphones para criticar em redes sociais a ação dos agentes de trânsito e de policiais militares durante uma blitz da Lei Seca que ocorreu na noite de sábado (26) e se estendeu pela madrugada de domingo (27) em Ouro Preto do Oeste.

A blitz, que há tempos já estava agendada no calendário do Detran-RO, foi realizada naquela madrugada na rua José Lenk, próximo ao Hotel Brasil. Nas proximidades estava acontecendo um evento denominado Baile da Rainha. Participantes da festa, entre eles empresários da cidade, foram abordados na blitz onde constatou-se, através do teste do bafômetro, que alguns deles estavam embriagados. Mesmo tumultuando e criticando a ação, foram conduzidos à Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp).

Uma ação semelhante foi realizada semanas antes em que, na ocasião, também foram conduzidas inúmeras pessoas à Unisp, por serem flagradas pelo teste do etilômetro dirigindo embriagadas. No entanto, nesse caso, por não envolver empresários ou pessoas da alta sociedade, não houve tanta comoção e críticas, principalmente nas redes sociais, contra os agentes de trânsito e os policiais.

Todos liberados
Na blitz do dia 27 foram levados à Unisp em torno de 11 motoristas que, após serem examinados pelo médico legista, todos, sem exceção, foram liberados, não sendo flagranteados. Até mesmo um dos condutores que, segundo um dos agentes de trânsito, durante seu teste do bafômetro acusou aproximadamente 1,25. O médico, em seus laudos, afirmou que os motoristas não apresentavam a capacidade psicomotora alterada.

As blitz
Estas ações, além de coibirem os condutores embriagados, também realizam abordagens em que já foram localizados foragidos, apreendidas armas de fogo e nesta última blitz em Ouro Preto do Oeste foi recuperada uma motocicleta que constava como produto de furto/roubo.

O que diz a lei
O exame do teste do bafômetro possui uma margem de tolerância de 0,05 mg de álcool por litro de ar. Um resultado acima deste já caracteriza que o motorista encontra-se embriagado, sendo que até 0,33 o mesmo responderá administrativamente. Passando deste número, configura-se crime, podendo ele ser flagranteado e ter que pagar fiança.

A Lei Seca
As blitz da Lei Seca passaram a ser realizadas em Rondônia no ano de 2013, com respaldo na Lei 11.705/2008, intitulada Lei Seca. De 2013 até 2017, a Lei sofreu algumas mudanças e, durante esses cinco anos, o índice de acidentes de trânsito envolvendo condutores embriagados diminuiu significativamente.

Infelizmente, e inexplicavelmente, pessoas criticam e até mesmo criminalizam as blitz da Lei Seca. Isso até se tornarem vítimas de algum motorista embriagado, caso do Rivaldo que foi citado como exemplo no início desta matéria.

Autor / Fonte: Gazeta Central

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