Oposição mixuruca é gritar no vácuo

Oposição mixuruca é gritar no vácuo

Porto Velho, RO – De maneira bem direta é possível dizer que, caso pelo menos um vereador entre os edis ligeiramente menos comensais tenha acesso a este texto, provavelmente irá bradar:

– É um absurdo: eu sou oposição, rapaz!

Não é!

E por que não é?

Porque o atual prefeito de Porto Velho, o tucano Dr. Hildon Chaves, a talhadeira em forma humana – pelo menos se vendia como tal – parece, finalmente, recostar a cabeça no travesseiro e dormir em berço esplêndido.

Não fosse assim, por que a população da Capital sente, além da passageira friagem, a boa e velha atmosfera letárgica que chegou a nos abandonar por uns tempos, mas, aparentemente, voltou com força total?

Hildon, diferentemente do prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), com quem chegou a ser comparado pela Veja ainda durante a campanha, já destoa. Desentoa-se do jornalista / empresário / publicitário / político / super-herói / apagador de piche / salvador da Pátria, por exemplo, ao render-se a grupelho fortíssimo. Patota esta com cabeça prestes a ocupar cadeira importantíssima em um dos Poderes.

Agindo assim, Chaves ignora completamente dois aspectos ligados intimamente às funções que já exerceu e ainda exerce em vida. O primeiro, os princípios constitucionais da livre concorrência e iniciativa – como ex-promotor, bem... Não deveria desprezá-los; o segundo, a própria opinião pública, maciçamente a favor do aplicativo Uber. Aliás, é característica dos peessedebistas a defesa ferrenha daquilo que enxergam como maioria. Claro, a visão geralmente resta ofuscada por conveniente conjuntivite quando a posição majoritária tende a afetar os interesses partidários, porém não vem ao caso aqui.

O que importa neste artigo é relembrar que os veículos Uber continuam a rodar e é mais do que óbvio entender o fato de que ninguém será trouxa de pagar R$ 20,00 numa corrida que pode ser feita por R$ 08,00 ou menos. Mas os posicionamentos políticos escancaram o jogo mutualista.

Por ora, ao ser do contra, Hildon agrada tanto ao Czar das placas vermelhas quanto às categorias e suas respectivas lideranças edílicas.

Pagar o preço de transitória impopularidade até que o Judiciário coloque ponto final à questão pode ser menos danoso do que enfrentar resistência a partir do segundo biênio.

Os demais, não diretamente envolvidos, seguem a tocar suas vidas como meros espectadores. Uns, talvez até mais inteligentes estrategicamente falando, “colados” no cangote do prefeito, “fiscalizando” asfaltamento de ruas e ganhando dividendos populares por isso; outros, pouco mais distantes, mas comendo na mesma mesa em recôncavo periférico, preferem cuidar de seu eleitorado a discutir Administração Pública.

Ressalvas há! Sempre tem um ou outro dissidente berrando a esmo num verdadeiro vácuo sideral: mas lá o som não se propaga!

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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