Opinião: Qual a importância do vice na campanha eleitoral?

As eleições de 2018 estão a menos de um ano. Serão eleitos presidente da República, governadores, duas das três vagas ao Senado em cada Estado e no Distrito Federal, deputados federais e deputados estaduais.

Em Rondônia a mobilização é intensa nos meios políticos na escolha de nomes em condições de disputar os mais diversos cargos. Vários já estão na batalha em busca dos votos, como os pré-candidatos Maurão de Carvalho (PMDB), Acir Gurgacz (PDT), Jackson Chediak (PCdoB) e Ivo Cassol (PP), que está inelegível, mas garante que estará na disputa.

Outros nomes deverão vir a público nos próximos meses, antes das convenções (20 de julho a 5 de agosto) para escolha dos nomes a serem registrados na Justiça Eleitoral. A campanha começará pra valer a partir de 15 de agosto, quando terão início a propaganda eleitoral.

A disputa pela sucessão de Confúcio Moura (PMDB) já tem pelo menos 4 dispostas a enfrentar as urnas. São nomes a governador, mas quem serão os vices? Quem terá competência para escolher um vice como o atual, Daniel Pereira (PSB), que assumiu o cargo de titular várias vezes e a “máquina” administrativa teve solução de continuidade?

Nomes são muitos, mas com competência são poucos. Vamos citar alguns bons de voto e outros que, ainda, não enfrentaram às urnas, porém em condições de dar conta do recado.

Dos pré-candidatos citados, apenas Chediak é da capital. Maurão, Acir e Ivo são do interior. A lógica sinaliza que os três do interior devem buscar nomes da capital para vice.

Porto Velho tem nomes expressivos e em condições de garantir votos para a chapa, como o deputado estadual Léo Moraes, hoje no PTB, mas de malas prontas para o PPS. Foi vereador na capital, se elegeu deputado com os votos de Porto Velho e perdeu as eleições a prefeito em 2016 para Hildon Chaves (PSDB), no segundo turno.

Léo deverá disputar uma das oito vagas à Câmara Federal e se prepara para isso. Quem acompanha o dia-a-dia da Assembleia Legislativa (Ale) constata ações de Léo pelo interior, inclusive circulando nos municípios em pelo menos um final de semana por mês. Está trabalhando forte e seria o vice dos sonhos para os candidatos a governador: jovem, bom de voto, desembaraçado publicamente e ficha limpa.

Temos outros nomes expressivos para vice. Para quem faz oposição a Confúcio, o deputado estadual Hermínio Coelho (PDT-PVH) é uma liderança considerável. Hermínio foi vereador na capital, presidente do legislativo municipal e da Assembleia Legislativa. Pela agressividade nos discursos, ainda dos tempos do PT, partido que ele deixou. Hermínio não perdeu o tom áspero e nem sempre objetivo. Teve dificuldades para se reeleger em 2014.

Não há como negar que Hermínio seria um vice em condições de agregar votos, pois tem uma boa folha de serviços prestados ao povo trabalhador. Só não se encaixaria como vice de Acir, por ser do mesmo partido. Numa campanha política com perspectiva de equilíbrio não se recomenda uma chapa majoritária puro sangue.

Um nome que, ainda, não passou pela avaliação popular é do ex-procurador Geral de Justiça de Rondônia, Héverton Aguiar. Atuante no combate ao desvio do dinheiro público, Héverton conduziu 16 operações de combate a corrupção no Estado.   

Héverton é natural de Porto Velho o que não ocorre com a maioria dos políticos no Estado. Ocupou o cargo de procurador geral de Justiça em dois mandatos seguidos e presidiu o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas por três mandatos. Não está filiado a partido político, o que deverá ocorrer no final do ano, quando estará em condições de se aposentar. Comentou-se até que tem pretensões de concorrer ao governo.

Cassol é o único que já tem pré-candidato a vice-governador definido: o ex-deputado federal Carlos Magno,que é de Ouro Preto do Oeste. Carlão é bom de voto. Foi prefeito de Ouro Preto em duas oportunidades, criou a Associação Rondoniense dos Municípios-Arom e foi deputado estadual. O maior problema é que Cassol deverá depender de liminar para poder disputar o governo do Estado, que ele governou durante dois mandatos seguidos e sonha em voltar. E também há a situação de chapa puro-sangue.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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