Opinião – Porto Velho prioriza transporte coletivo ruim e táxi de custo elevado

Opinião – Porto Velho prioriza transporte coletivo ruim e táxi de custo elevado

Porto Velho, RO – É com tristeza e muito pesar, político, o resultado de uma reunião realizada esta semana do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) com 15 dos 21 vereadores, assessores e representantes dos taxistas e dos mototaxistas da capital. É difícil acreditar, que um prefeito eleito de forma categórica, com votação expressiva dos eleitores, que confiou nele, dizer que “intensificará fiscalização contra o Uber e transporte irregulares”.

A votação elevada (65,5%) dos votos válidos, que elegeu Hildon em outubro último foi o cheque em branco, que a população deu a ele confiando nas suas propostas de governar com o povo e não para grupos. Esta semana o povo recebeu uma bofetada no rosto do ilustre prefeito, pessoa bem preparada cultural, financeira e socialmente, mas que demonstra ter se rendido a interesses de grupos. Parece que esqueceu o povo que o elegeu.  

Na triste reunião desta semana ficou caracterizado, que a maioria dos vereadores, pelo menos os 15 que participaram do complô contra a economia popular com o aval do prefeito priorizam grupos, como o que domina há anos as placas de táxis no município em explicita caracterização de cartelização. Todos sabem que uma família “se adonou” do segmento e, pelo que se constata manterá o cartel por muito tempo.

Somente para exemplificar o rombo no bolso do usuário. Uma corrida de táxi do Bairro 4 de Janeiro à empresa Havan, localizada na Avenida Jorge Teixeira no cruzamento com a Avenida Tiradentes o custo fica entre R$ 17 a R$ 20. Se for num domingo sobe para R$ 25. O mesmo trajeto com um Uber fica em torno de R$ 8.

O prefeito e seus assessores, inclusive o titular da Secretaria Municipal de Trânsito-Semtran, Marden Negrão, que chegou da capital paulista como se fosse o “bicho da goiaba” em política de trânsito, pouco ou nada fez a não ser receber um gordo salário e usar e abusar das mordomias. O trânsito da capital continua um caos: violento, sinalização precária, fiscalização mercenária, orientação zero à esquerda.

A preocupação do prefeito e assessores deveria ser com o transporte coletivo urbano, que funciona de forma irregular, inclusive com contrato emergencial para a prestação de serviço com prazo indefinido. Isso é legal?

A única providência efetiva, da Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) em quase seis meses de governo foi reunir o Conselho Municipal de Transporte Coletivo (Contrans) e aprovar aumento da tarifa do transporte coletivo de R$ 3 para R$ 3,80.

O transporte coletivo urbano em Porto Velho não tem ônibus com ar-condicionado, apesar de a capital ter temperatura média de 30 graus. A maioria da frota, bem inferior aos mais de 200 obrigatórios em contrato, mesmo emergencial e ilegal está sucateada. Ônibus velhos sujos com interiores danificados, inclusive com poltronas soltas e rasgadas.

Horários nunca são cumpridos, paradas de ônibus quase todas sem cobertura, sem bancos e motoristas que param os coletivos no meio da rua são cenas permanentes na prestação de serviços de péssima qualidade.

A Semtran faz de conta que fiscaliza, o Consórcio SIM, de apenas uma empresa finge que cumpre o contrato e o povo que se dane.

É lamentável, para não dizer revoltante constatar que um prefeito eleito pela grande maioria da população, a princípio sem compromissos com grupos econômicos e empresariais se render a 15 vereadores, que ganham um salário de R$ 12, mais as mordomias para “trabalhar” oito dias por mês, pois são realizadas duas sessões ordinárias por semana.

Para os amigos do Rei, tudo. Para o povo os rigores da Lei. Desde que eu seja o juiz... 

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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