Opinião - Oba, oba e juras de paz, harmonia, diálogo na posse dos deputados

Opinião - Oba, oba e juras de paz, harmonia, diálogo na posse dos deputados

Fotos: Gilmar de Jesus

O que mais se ouviu dos deputados na posse dos parlamentares estaduais para a 10ª Legislatura, na tarde/noite da última sexta-feira (1º) no recinto do calorento Centro de Eventos Talismã 21, em Porto Velho foram as palavras “harmonia”, “parceria”, “diálogo”, “transparência”, “respeito”, “paz”. Novo ano, nova legislatura, nova administração pública estadual. Tudo novo em mais um ano que se inicia.

 Rondônia é um Estado, que, ainda, não atingiu a fase político-administrativa de pleno desenvolvimento, pois tem apenas 37 anos de emancipação. Somente nos últimos anos é que o agronegócio vem ganhando força na produção de soja, que aumenta a cada ano. A previsão é que o Estado em curto espaço de tempo estará entre os maiores produtores de grãos (soja e milho) do país, pois tem clima e topografia privilegiados favorecendo a agricultura e a pecuária.

Rondônia é um dos poucos, se não o único Estado brasileiro com as fronteiras do desenvolvimento abertas. É um Estado que precisa de ações concretas, palpáveis, hoje, para garantir um amanhã forte, seguro.

O governador Marcos Rocha (PSL), que participou da solenidade de posse dos deputados apresentou o mesmo discurso anêmico de propostas e voltado para o monólogo de combate a corrupção, como se isso seja uma ação incomum e não obrigação do administrador público. Marcos Rocha foi vaiado quando anunciada sua presença e também ao discursar, ato totalmente desnecessário e provavelmente orquestrado por um grupo de pessoas.

Rondônia precisa de ações concretas para fortalecer o que tem de bom, que é a agricultura, a pecuária, a piscicultura e o clima privilegiado, que possibilita, por exemplo, mais de uma safra de uva em um só ano, como em parreirais de Vilhena e Rolim de Moura.

A harmonia entre os Poderes tem que sair do discurso, para a prática. É necessário separar o inimigo político do adversário político. A oposição responsável é salutar, e que a situação também cumpra a sua parte. A política do quanto pior, melhor, prática muito utilizada pela esquerda durante décadas tem que acabar.

O legislativo tem que ser forte, além de fiscalizar e criar leis, que atenda interesse da maioria da população e não de grupos, como, ainda, ocorre hoje. A oposição responsável é benéfica, salutar, necessária para o exercício pleno da democracia.

O novo presidente da Ale é Laerte Gomes (PSDB/Ji-Paraná), político de respeitável bagagem política. A princípio é oposição ao governo, porque faz parte de grupo político oposicionista, mas nada que possa “travar” a administração estadual. Por isso tudo que foi pregado em termos de parceria na solenidade de posse deve ser mantido com a prática da política na sua essência.

Os discursos emotivos dos deputados debutantes, a maioria voltada para a família, o que é compreensível, devido ao momento único foram a tônica na sessão solene. A partir do próximo dia 19, quando inicia, de fato, a 10ª Legislatura a pauta será diferente, pois temos o futuro do Estado em jogo.

Os reeleitos, mais experientes, também não esqueceram as famílias, mas pregaram o que já foi comentado na abertura da matéria: harmonia, paz, etc. Resta saber como será a relação Executivo-Legislativo nos próximos 4 anos. E torcer para que não ocorra a necessidade da interferência do Judiciário, como na última sexta-feira (1º) no Congresso Nacional, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) teve que agir para determinar, que o voto para a composição da Mesa Diretora do Senado tem ser secreto, como determina o Regimento Interno.

O governador Marcos Rocha tem ciência, que terá a Ale com maioria oposicionista. Governar sem negociar em favor da maioria da população, que se define como “política” é fundamental na administração pública.

Hoje o Executivo está na contramão do que se recomenda na política. Resta saber se toda a “paz”, “harmonia”, “parceria” ocorrerão com a passagem dos dias. A atuação do futuro líder do governo na Ale, que se comenta será o deputado Eyder Brasil (PSL), que não tem experiência política de líder, como foi Laerte Gomes (PSDB/Ji-Paraná) nos dois últimos anos de Confúcio Moura (MDB), caso seja confirmada é um risco no relacionamento entre os dois Poderes.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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