Opinião – Municípios são os maiores prejudicados com crise política e moral

Opinião – Municípios são os maiores prejudicados com crise política e moral

Porto Velho, RO – O Brasil é mesmo um país atípico, não apenas pelo seu clima tropical, que faz inveja ao mundo, mas pela maioria do seu povo, que vota em políticos corruptos, desonestos e preocupados apenas com grupos, nunca com a necessidade da maioria da população. O país está em crise sim, mas a maior delas é ética, moral.

A prova que a crise existe e que é mundial está na dificuldade de os brasileiros terem um presidente da República com ações visando os interesses do povo com saúde, educação, cultura, saneamento básico; boas estradas sejam rodovias pavimentadas ou vicinais e empregos decentes. São condições mínimas para uma vida digna.

Rondônia é um dos poucos estados com as finanças relativamente equilibradas, pelo menos até agora. Pelos discursos de políticos ligados ao governo do Estado, até o fim do ano a situação poderá se agravar, porque as perspectivas econômicas e sociais são sombrias e a instabilidade política nacional, com o presidente Michel Temer (PMDB) balançando mais que palanque em banhado sinaliza isso.

Outro motivo para se antever dificuldades nos últimos três meses do ano são as peregrinações de prefeitos a Porto Velho. Eles buscam o apoio dos deputados estaduais visando a liberação de emendas parlamentares, uma praga criada com a Constituição de 1988, que facultou ao parlamento a função de executar, mesmo que de forma indireta.

As emendas são previstas nos orçamentos (federal e estadual) e facultam aos senadores e deputados liberar recursos financeiros, via Poder Executivo, para Estados e municípios.  A liberação das emendas, quase sempre impositivas é uma das portas para a corrupção e que tem levado muitos políticos à cadeia.

Nos últimos anos Estados e municípios enfrentam dificuldades para poder cumprir suas obrigações constitucionais, um direito do povo. O corte no repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pelo governo federal ampliou as dificuldades dos governadores e dos prefeitos. Há Estados e municípios que ainda não pagaram o 13º salário aos servidores.

Os Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, ambos de enorme potencial econômico estão quebrados. Pagamentos a servidores e fornecedores estão sendo empurrados com a barriga, porque não a recursos financeiros suficientes para que os compromissos sejam cumpridos.

Abordando a crise em nível regional é possível antever, que vários dos 52 municípios de Rondônia terão dificuldades econômico-financeiras para manter as contas em dia até o fim do ano. Boa parte devido a crise mundial do segmento que atinge as prefeituras, mas também há a contrapartida dos abusos, que são muitos.

O vai e vem de vereadores a Porto Velho e em vários casos a Brasília é um dos focos de gasto desnecessário do dinheiro público. Para que pagar gordas diárias a quem já recebe um ótimo salário para participar de no máximo duas sessões ordinárias por semana? O que um vereador do interior vai fazer a Porto Velho? É apenas passeio, pois buscar recursos junto aos governos (federal e estadual) é função de governador, prefeitos e secretários de Estado e dos municípios, jamais de um legislador, que nem parlamentar é.

Para concluir podemos afirmar que, ainda, há quem consiga contornar a crise econômico-financeira e trabalhar em favor do povo. Em São Francisco do Guaporé, administrado pela prefeita Gislaine Lebrinha (PMDB), já no segundo mandato (reeleita com 82,88% dos votos válidos) tudo funciona: saúde, educação, transporte de alunos, estradas vicinais perfeitas, saneamento básico, iluminação pública e contas em dia com fornecedores e servidores.

Milagre? Não trabalho, organização, seriedade, responsabilidade, além de ouvir e atender o povo.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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