Opinião - Prefeitos buscam ajuda do governo do Estado para fechar 2017

Opinião - Prefeitos buscam ajuda do governo do Estado para fechar 2017

Foto: Ana Célia e Gilmar de Jesus

 O final do ano está chegando e junto às festas natalinas e de início de ano. Empresas faturam mais, devido à compra de presentes, ceia de Natal e viagens para visitas de parentes. Tudo óbvio, que ocorre praticamente todo final de ano.

Se as empresas faturam mais, também tem as despesas aumentadas com a contratação de funcionários temporários, pagamento de horas extras, etc. É a rotina de um mundo capitalista.

A rotação acelerada no comércio, na indústria e na economia informal, que ocorre nos finais de ano não se enquadra na administração pública. 2017 está chegando ao fim e como sempre ocorre nesses períodos Estados e boa parte dos municípios brasileiros estão “quebrada”. Muitos sem condições de pagar 13º salário aos servidores.

Rondônia vai bem. O governador Confúcio Moura (PMDB) que está completando o terceiro ano do segundo mandato conseguiu equilibrar receita e despesa e está chegando ao fim de 2017 com as finanças em dia, assim como as obrigações com servidores e fornecedores. Nada mais que a obrigação de um administrador público, mas se comparado a outros estados Rondônia está entre os mais equilibrados, financeira e economicamente, mesmo com a crise mundial no segmento.

O mesmo não se pode dizer da maioria das prefeituras. Esta semana mais de 40 prefeitos estiveram na capital com apoio da Associação Rondoniense dos Municípios (Arom) de pires na mão pedindo ajuda ao governo do Estado e a Assembleia Legislativa (Ale), para cumprirem compromissos com servidores e fornecedores.

O leitor poderia questionar o que está ocorrendo com os municípios? Não há orçamento com precisão de receita e gasto?

Há sim, inclusive analisados por técnicos das prefeituras e checados pelos legislativos municipais. O que ocorre é a falta de responsabilidade da maioria dos administradores (sic) públicos, inclusive os municipais como é o caso, que gastam mais do que foi previsto.

Boa parte dos prefeitos não tem competência para gestor público, que é muito diferente do privado. E há os corruptos, que misturam o dinheiro público com o seu. Na dúvida, por não saberem quais partes são as deles ficam com tudo. Lamentável. A Lava-Jato é uma das provas da bagunça com o dinheiro público.

Em Rondônia temos vários municípios que vão muito bem administrativa e financeiramente, inclusive a capital, que está sendo administrada há quase 11 meses por um ex-promotor de Justiça. E está dando conta do recado.

A administração do prefeito Hildon Chaves (PSDB) não é nenhum primor, um exemplo, mas pelas condições precárias em que assumiu no primeiro dia do ano, temos que admitir que evoluiu inclusive na saúde, que estava um caos e exigiu a mudança do secretário. Melhoras também na coleta de lixo, oportuna a operação tapa-buracos e importante a pavimentação de ruas e avenidas em bairros. As finanças estão em dia, com servidores e fornecedores.

Ainda falta muito, mas Hildon e sua equipe têm mais três anos pela frente e condições de “arrumar” o trânsito caótico, o saneamento básico quase inexistente, as estradas vicinais (mais de 5 mil quilômetros) transitáveis, transporte coletivo decente, mobilidade urbana.

Temos que reconhecer há municípios que são exemplos administrativos. Dois deles com nota máxima, como Ji-Paraná com Jesualdo Pires (PSB) e São Francisco do Guaporé da prefeita Gislaine Lebrinha (PMDB). Ambos no primeiro ano do segundo mandato e reeleitos com votações expressivas.

Méritos também para a prefeita de Vilhena, outro município modelo do Estado administrado por Rosani Donadon (PMDB). Ela é muito cobrada e fiscalizada devido a problemas anteriores com membros da Família Donadon, que tem dois ex-deputados presos: Natan (federal) e Marcos (estadual), cunhados da prefeita.

Em plano inferior, mas que também merece registro o prefeito de Rolim de Moura, Luizão do Trento (PSDB) que assumiu em condições excepcionais em junho de 2015. Era vice de Cezar Cassol (PP), que renunciou alegando falta de apoio do governo federal, bancada federal e dos vereadores. Luizão foi reeleito em 2016 e demonstra competência, pois vem recuperando o município econômica e financeiramente.

A corrida desesperada de prefeitos clamando por apoio do governo do Estado deve ser muito bem analisada. O vigilante Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas (TC) do Estado devem acompanhar a movimentação dos chefes de executivos municipais.

Por que boa parte dos orçamentos das prefeituras não foi cumprida?

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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