SÃO PAULO - Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda, que teria sido entregue à força-tarefa da Operação Lava-Jato e a que a revista “Veja” teve acesso, mostra que a empresa que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu para gerenciar suas palestras, a Lils, recebeu R$ 27 milhões de abril de 2011 a maio deste ano, sendo R$ 10 milhões de empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.

 

De acordo com o documento obtido pela revista, a Odebrecht pagou R$ 2,8 milhões. A Andrade Gutierrez fez dois pagamentos que totalizaram R$ 1,9 milhão para Lils, iniciais de Luiz Inácio Lula da Silva. A OAS repassou R$ 1,4 milhão, a Camargo Corrêa, R$ 1,1 milhão e a Queiroz Galvão, R$ 1,2 milhão (em dois pagamentos).

 

Segundo a “Veja”, o Coaf classificou a movimentação financeira da Lils como incompatível com o faturamento. O relatório está em poder dos investigadores da Lava-Jato. Os técnicos do Coaf destacam no documento que “aproximadamente 30%” dos valores recebidos pela empresa de palestras do ex-presidente foram provenientes das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras.

 

Ainda de acordo com a “Veja”, dos R$ 27 milhões faturados, o ex-presidente investiu R$ 13 milhões em aplicações financeiras e depositou outros R$ 5 milhões em um plano de previdência privada. Também foram feitos depósitos nas contas dos filhos do ex-presidente e na de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula e sócio-administrador da empresa de palestras.

 

Entre créditos e débitos, diz a revista, a Lils teve uma movimentação de R$ 52 milhões. A assessoria de imprensa do Instituto Lula não foi localizada para comentar as informações divulgadas pela “Veja”.

 

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