Editorial – Tanto em Brasília quanto em Rondônia, o ideário bolsonarista começa a ruir antes de iniciar

Editorial – Tanto em Brasília quanto em Rondônia, o ideário bolsonarista começa a ruir antes de iniciar

Ao relativizar a corrupção de Onyx Lorenzoni perpetrada via Caixa 2, o futuro ministro da Justiça respalda ações criminosas desde que desencadeadas pela direita

Porto Velho, RO – O ano ainda nem acabou e o ideário bolsonarista começa a cair por terra antes mesmo de o mandato liberal iniciar. E não é só em Brasília. Aqui em Rondônia a coisa também degringolou.

Um exemplo claro onde a corrupção passou a ser relativizada de uma hora para a outra, sem mais nem menos, denotando um mais do mesmo inexorável e previsível, está registrado nas declarações do futuro superministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre a corrupção de Onyx Lorenzoni (DEM).


Bolsonaro prometeu não nomear envolvidos em corrupção, mas toda regra tem exceção

Quando questionado acerca da confissão de Lorenzoni admitindo o recebimento de dinheiro via Caixa 2, Moro, considerado o maior expoente da Operação Lava Jato e um baluarte togado da luta anticorrupção, aliviou para o lado do homem escolhido por Jair Bolsonaro (PSL) para chefiar a Casa Civil.

“Ele já admitiu e pediu desculpas”, sacramentou ao maior estilo de essência maquiavélica imposta pelo provérbio de autoria controversa: aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei.


Moro justifica conduta criminosa do futuro chefe da Casa Civil

O discurso do agora político e que outrora se postava como expressão máxima da prestação jurisdicional na esfera penal destoa à figura consistente que, em abril de 2017, disse nos Estados Unidos da América:  Caixa 2 é pior do que corrupção.

Não é mais. Pelo menos não quando for praticado por aliados e/ou políticos de direita.

Não à toa o senador Roberto Requião (MDB-PR) sequer perdeu tempo ao propor o Projeto de Lei “Onyx Lorenzoni”, ironizando a questão sugerindo que, ao pedir perdão, réus obtenham automaticamente o perdão judicial.

A matéria não vai prosperar, mas serve como protesto institucional a fim de escancarar as incongruências que, há pouco, muito pouco, serviam apenas para arrancar e expor as inconsistências do PT e demais legendas de esquerda.

Eis que, de repente, a ala conservadora e seus eleitores passaram a ter bandidos – confessos – de estimação.

Incrível!

Já aqui, a lista com os nomes que farão a transição de governo para as mãos do Coronel Marcos Rocha, também do PSL,  contém pessoas cujas fichas corridas judiciais não condizem com as promessas de campanha apresentadas pelo militar durante os dois turnos das eleições.

A maior delas, de acordo com o novo chefe do Executivo estadual, seria o combate irrestrito à corrupção.

Portanto, logo de cara percebe-se que se na listagem constam sujeitos que respondem a ações de improbidade e até mesmo um condenado por homicídio, ainda que culposo, não restam dúvidas de que se a célula embrionária da Administração Pública vindoura já nasceu cancerígena não será preciso muito esforço para alcançar a metástase nos próximos quatro anos.

Mas a torcida, claro, é pela remissão completa.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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