Porto Velho, RO — Idiscutivelmente a eleição do prefeito de Porto Velho Dr. Hildon Chaves (PSDB) foi ocasionada, além de pelos próprios méritos do tucano enquanto candidato, pela massificação da insatisfação popular em relação aos políticos carreiristas. Trocando em miúdos, pelo menos na Capital, a sociedade parece ter cansado, definitivamente, das figurinhas batidas que se perpetuam no poder em cargos eletivos sem dar o mínimo de retorno.
É o sintoma principal de um País devastado, sem comando e que só vê em seus noticiários e até mesmo no boca a boca a maldição ininterrupta da corrupção.
Hildon na Prefeitura de Porto Velho é a demonstração cabal de que 'caciques' estão cada vez mais expostos, perdendo forças e transbordando descrédito. É a oportunidade que se constrói, inconscientemente, ao inédito.
A insurgência quer o novo, mas não o novo cronológico. Exige, na realidade, uma abordagem que destoe de tudo aquilo que já fora visto. Não há mais espaço para discursos forjados, rapidamente desconstruídos com o auxílio e a amplitude das redes sociais.
Demagogia, então, nem pensar! Neste caso o cidadão acompanha o massacre de opiniões contra agentes públicos denominados "papagaios de pirata", fazendo sombra a quem figura como astro sob os holofotes.
Sobrenomes batidos, clãs da politicagem que abrigam membros espúrios acusados, presos e até foragidos, também correrão o risco de ficar de fora com o passar do tempo. A limpeza é complicada, demorada, mas necessária.
E quando o mutirão da moralidade passar por Rondônia essas árvores genealógicas de personalidades acintosas serão registradas apenas por anais processuais ou mesmo em rabiscos feitos por seus próprios ramos em alguma cela de penitenciária por aí. Serão renegados, humilhados, esquecidos e, finalmente, expurgados completamente da história do Estado, pois, quando relembrados, servirão de mau exemplo e serão caracterizados como merecem: sinônimos de desonestidade e incompetência.
Mas não quer dizer que os novatos sejam o suprassumo da moralidade e da decência. Significa que, assim como ocorreu com Hildon Chaves, uma incógnita pode soar melhor e menos arriscada do que qualquer sujeito exaustivamente exposto e que provavelmente já teve a sua chance. O tucano pode sim ser uma decepção, como qualquer político, mas a aposta foi feita em alguém que, ao menos politicamente, não devia nada. Porém, antes uma incerteza com boas possibilidades do que a certeza absoluta de fracasso, descaso, incompetência e inaptidão à vida pública.
Se a tendência se estender para o Estado de Rondônia é bom que, a partir de 2019, muitos políticos acostumados a ganhar muito e não produzir nada comecem a pensar bem em novos ofícios. Mas trabalhar não dói. Pode até cansar, mas não machuca.
Autor / Fonte: RondoniaDinamica.com
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