Editorial – Esmorecimento de Dr. Hildon desempolga entusiastas do ‘novo’ e outsiders somem do mapa


Héverton Aguiar e Gilberto Barbosa: outsiders desempolgados

Porto Velho, RO – Quando Dr. Hildon Chaves (PSDB) lançou candidatura no ano passado sequer os tucanos acreditavam em possibilidades reais de que chegasse ao Poder. O momento de dicotomia política causou reviravolta e o promotor aposentado não só mudou o panorama de dúvidas como chegou ao topo ainda no primeiro turno. No segundo, com maior engajamento político-financeiro, desbancou o deputado estadual Leo Moraes (PTB) tornando-se prefeito de Porto Velho contra todas as projeções, inclusive a pesquisa Ibope.

As pessoas, desesperadas com corrupção e outras facetas desastrosas, apostaram na novidade sem credenciais, exceto, claro, pelos sedutores currículos de sucesso de Chaves como membro do Ministério Público (MP/RO) durante pouco mais de duas décadas e enquanto empresário do ramo educacional.

O efeito foi basicamente o mesmo que colocou o companheiro de partido João Doria no comando de São Paulo. Doria, que pouco fica na capital paulistana, age como verdadeiro caixeiro-viajante em franca pré-campanha à Presidência da República, ainda que negue veementemente. Seus aliados, obviamente, fazem o mesmo.

Dr. Hildon viajou uma única vez. Mas que viagem! Com anuência da Câmara de Vereadores, tirou férias com meio ano de mandato depois de discursar sobre a importância do trabalho incessante; de colocar a máquina pra funcionar; deixar a Administração Pública nos eixos e outras garantias ainda não cumpridas. Durante sua ausência, problemas e mais problemas se amontoaram esperando que o gestor promovesse solução rápida e eficiente.


Ocorre que, antes de começar a decepcionar e ainda cheio de fãs fervorosos a defendê-lo com unhas e dentes, inclusive nas redes sociais, o chefe do Executivo contagiou – mesmo sem querer – outros outsiders a participar da política rondoniense. O ex-procurador-geral de Justiça Héverton Aguiar, por exemplo, apareceu como fortíssimo nome a concorrer ao Governo de Rondônia em 2018. Ele se empolgou com a ideia e, por diversas vezes, postou-se como quem agarraria a empreitada enlouquecidamente. O desembargador Gilberto Barbosa, mesmo entusiasmado, mas pouco relutante à possibilidade, fez o mesmo e saiu da toca.

Nada como o esmorecimento alheio para reverter a euforia...

Assim que Dr. Hildon Chaves saiu da condição de “mito”, termo ridículo usado por crianças e adolescentes (além de adultos portadores da Síndrome de Peter Pan) na Internet, e esviscerou-se o ser humano passível de erros e acertos, como somos todos nós, largando de vez o status de intocável, pouco se fala em novo e Aguiar e Barbosa foram cuidar, ainda mais, de suas vidas profissionais abarrotadas de serviço. Boa parte dos fãs espontâneos também largou de mão.


O arrefecimento paulatino do homem “de fora” que inspirou outros tantos a fazer igual rascunha, de antemão, a enorme possibilidade de uma eleição pluralíssima, recheada com o mais do mesmo!

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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