Editorial – Em 2020, sucessão de Dr. Hildon Chaves para o comando de Porto Velho deve ter embate entre “caciques”, novatos e os ainda desconhecidos

Editorial – Em 2020, sucessão de Dr. Hildon Chaves para o comando de Porto Velho deve ter embate entre “caciques”, novatos e os ainda desconhecidos

Além de uma gama enorme de nomes à disposição até agora no panorama das possibilidades, o jogo ainda esconde os denominados outsiders

Porto Velho, RO – Embora ainda seja muito cedo para certezas, não há, certamente, como fugir do assunto que envolve a disputa pela sucessão do atual prefeito Dr. Hildon Chaves (PSDB) no comando de Porto Velho.

Bastante água ainda passará debaixo da ponte até o dia 02 de outubro de 2020, data aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o primeiro turno das eleições municipais.

E se qualquer apontamento prévio aventado atualmente não ultrapassa o conceito especulativo no panorama traçado por ora, existem grandes possibilidades de que o futuro confirme a participação de alguns “caciques” e apresente também determinados novatos na política no baralho de opções.

Além deles, obviamente, surgirão nomes e rostos desconhecidos do grande público até então, justamente seguindo o exemplo da trajetória de Dr. Hildon, concebido em 2016 como o outsider bola da vez.

Ainda que a predileção do eleitorado se mantenha em constante transformação, com mudanças de posicionamento em termos de critérios cada vez mais ligeiras – especialmente pela escassez da paciência com a letargia eletiva – a história local nos mostra que é preciso ficar de olhos bem abertos quando esses incógnitos começarem emergir na superfície política da Capital.

Nesse cenário variado, sequer a candidatura à reeleição de Chaves é certeza absoluta, contudo a máquina nas mãos sempre confere vantagem a quem quer que seja; e caso a reeleição não se concretize, os irmãos Carvalho, Mariana e Maurício, respectivamente deputada federal e vereador de Porto Velho, irrompem como novos caminhos no tucanato regional.

Fora das hostes peessedebistas, aparece no horizonte a figura de Leo Moraes (PODE), eleito deputado federal mais bem votado em 2018 com 69.565 votos, verdadeiro protagonista de grandes embates com o atual chefe do Executivo há quase três anos. No primeiro turno, Moraes fez 55.656 votos, ficando apenas 1.08% atrás de Hildon. No segundo turno, entretanto, a diferença aumentou, mas o jovem elevou sua performance para 79.534 votos.

O advogado e professor universitário Vinícius Miguel (REDE) também deve aparecer no páreo.

Considerado o candidato fenômeno nas eleições de 2018, evita falar a respeito de 2020, porém, como não poderia deixar de ser, seus 110.585 votos, dos quais 68.820 saíram de Porto Velho, lhe conferem o espaço caso queira se jogar de novo à tentativa. Agora, se o destino indicar ao jovem caminho alternativo, há sempre a possibilidade de Aluízio Vidal (REDE) seguir a trilha rumo ao Executivo,

Eyder Brasil e Coronel Chrisóstomo, ambos do PSL, são comentados. Eventual candidatura apresentada por qualquer um dos dois dependerá muito mais da eficiência do governo Marcos Rocha, da mesma legenda, do que as deles próprios.

O insistente Pimenta de Rondônia, que quase chegou à marca dos 37 mil votos nas eleições do ano passado, deve, mais uma vez, criar embaraços a eventuais adversários em outubro do ano que vem. O mesmo vale para o ex-deputado estadual Hermínio Coelho. Sem mandato, Coelho regressou às bases e mantém, como sempre manteve, lutas sociais travadas a favor dos trabalhadores e da sociedade civil organizada. Ele é outro nome a ser considerado.

O ex-deputado federal Lindomar Garçon (PRB), hoje com Hildon, não descarta futura candidatura tanto à Prefeitura de Candeias de Jamari quanto à da Capital. Garçon é populista, politicamente bem articulado e tem a televisão para continuar na mídia. Constantemente alvo de piadas nas redes sociais, o ex-parlamentar costura alianças através dos bastidores e não pretende se aposentar tão cedo.

Roberto Sobrinho, do PT, ex-prefeito, vem empilhando decisões favoráveis da Justiça e no Tribunal de Contas (TCE/RO). Aquartelado, conserva o sonho de retornar às rédeas da Administração Pública municipal.

Até lá, irá sopesar os danos causados à sua imagem e o retorno de sua credibilidade em doses homeopáticas a fim de verificar se vale a pena ou não encampar mais essa batalha.

A população porto-velhense poderá se reencontrar, inclusive, com o bem-humorado Coronel Charlon (PRTB), o único candidato ao Governo de Rondônia que parecia antever a performance de Marcos Rocha nas urnas, já que seus principais ataques retóricos eram direcionados especificamente ao colega de farda.

Por fim, mas não menos importante, estão o ex-governador Daniel Pereira (PSB) e a vereadora Cristiane Lopes (PP).

Antes mesmo de encerrar seu mandato, Pereira foi eleito superintendente do Sebrae em Rondônia e hoje roda diversos municípios do estado; em 2018, tocou o Executivo de maneira enxuta e alertou seu sucessor, sem saber à época quem seria, que a situação das contas estaduais era crítica, informação confirmada pelo Tribunal de Contas (TCE/RO). Como transita bem em todos os polos, da direita à esquerda, Daniel pode ser o trunfo do PSB para superar o trauma Mauro Nazif.

Cristiane Lopes, por outro lado, fez 20.350 votos para deputada federal no ano passado trabalhando de maneira modesta, na linha de frente, com poucos recursos e usando um naco de militância espontânea. Seu nome é ouvido nos bastidores como referência municipal numa Câmara de membros pouco proativos.

Entre “caciques”, novatos e os ainda desconhecidos, rascunha-se na cidade das Três Caixas D’água um confronto extremamente plural e, pelo visto, truncado. Prematuro ou não, já está nas mãos da sociedade avaliar desde já os nomes dispostos na mesa. Lembre-se: são 1.460 dias para se arrepender.

 

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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