Editorial – Dia Internacional da Mulher: do elogio da boca para fora à prática do respeito

Editorial – Dia Internacional da Mulher: do elogio da boca para fora à prática do respeito

Porto Velho, RO – Mulheres... Ah, as mulheres... Criaturas maravilhosas de complexidade intangível ao universo  masculino têm, em todo 08 de Março, uma data em sua homenagem. Recebem, de todos os cantos, daqui e dali, elogios genéricos tecidos acerca de seu gênero, além dos adendos específicos que complementam adjetivações maravilhosas sobre cada uma delas.

As pessoas ressaltam a garra; perseverança e o enfrentamento às adversidades que os contextos sociais, desde os primórdios aos tempos de hoje, fizeram e ainda fazem questão de impor às destemidas lutadoras.

Atualmente, o mundo costuma exaltar, principalmente, o fato de as mulheres avançarem em espaços que há pouco – historicamente falando – eram preenchidos exclusivamente por homens. Profissionalmente, buscam equivalência numérica em cargos públicos; equiparação no mundo corporativo e outros setores onde, sem sombra de dúvidas, ainda há discrepância gritante por conta, tão somente, da descriminação, ora travestida de gentileza e tapinha nas costas.

Artigo irretocável publicado pela InfoMoney relata esses avanços, mas também é preciso e taxativo ao abordar que, conforme dito acima, a equidade está longe de ser uma realidade.   

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Nas redes sociais, vigoram postagens com rostos emblemáticos como o de Frida Kahlo; Madre Teresa de Calcutá; Elizabeth II; Golda Meir; Ida Wells; Miriam Makeba e tantas outras personalidades. Todas as imagens decoradas com textos recheados de paixão vão denotando que, diferentemente do que é observado do lado de fora, os Campos Elíseos da seara virtual podem ser, quando ignorada a enxurrada de idiotices proliferadas por lá, verdadeiros recantos de paz e isonomia.

Geralmente uma data comemorativa tem esse condão: reúne pessoas de todos os recôncavos do mundo para falar – e apenas falar – sobre o alvo da celebração. A mídia, por outro lado, começa a publicar matérias a respeito, ressaltando fatos históricos em relação ao tema. Na melhor das hipóteses, os que ainda não morreram de preguiça reúnem forças extracorpóreas para sair da linha do tempo no Facebook e clicar no link que, adiante, os levará à outra página para aprimorar a leitura e compreender melhor o porquê daquilo. São –  numa visão mais do que otimista – no máximo 24 horas de interesse. Dia 09, ou seja, amanhã mesmo, levando em conta o caso do Dia Internacional da Mulher, já haverá manifestações misóginas, machistas e ornamentadas com tudo aquilo que os fulanos, que balizam o mundo pelo norte de seus umbigos, não compreendem ofensivas tachando suas atitudes reprováveis como brincadeirinhas sem maldade.

Este ano está sendo assim: muito amor, carinho e atenção... No discurso. Ano passado também foi e o retrasado idem. Isso não impediu que, em 2016, quinhentas e três mulheres fossem agredidas por hora no Brasil.  O total é de assombrar: foram 4,4 milhões de vítimas de chutes, empurrões ou batidas, considerando apenas as maiores de 16 anos. Os números estão em pesquisa divulgada nesta quarta-feira (8), encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao Datafolha.

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É maravilhoso que os cidadãos enalteçam as namoradas, esposas, companheiras, amigas, mães, filhas, avós, tias, enfim, quaisquer mulheres que sejam, lhes rodeando afetivamente ou não, mas é primordial que o belo falatório saia dos balões de frases e comecem a compor uma realidade sólida de respeito e coerência.

A todas às grandiosas mulheres que resistem bravamente aos habitantes deste Planeta

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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