Editorial – Bancada federal de Rondônia e Governo do Estado reprovam na primeira missão importante de 2019

Editorial – Bancada federal de Rondônia e Governo do Estado reprovam na primeira missão importante de 2019

É inadmissível que agentes políticos comemorem a diminuição mixuruca na conta de energia. Pior do que isso é rasgar seda para o governo federal, que só criou entraves

Porto Velho, RO – Uma das cenas mais lamentáveis – e vergonhosas – de todos os tempos já registradas na política regional foi veiculada justamente no decorrer desta semana na página oficial do governador Coronel Marcos Rocha (PSL) no Facebook.

Rocha rasgou seda ao ministro de Minas e Energia Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, o homem designado pelo governo Jair Bolsonaro para cuidar da pasta.

O chefe do Executivo estadual deu a entender, no encontro com o ministro, que, sem a participação de Bento Albuquerque, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) não teria cedido à pressão e provavelmente sustentaria o aumento de 25,3% na conta residencial do rondoniense. Depois de muita peleja institucional a tarifa encolheu de maneira absolutamente mixuruca: apenas 7,4%, portanto não há o que se comemorar.

Fosse só isso, ótimo, sem problemas. De fato, a participação do ministro foi imprescindível e não teria como ser diferente, afinal, convenhamos, trata-se do responsável-mor pelo setor energético.

O problema é que Marcos Rocha foi muito além dos agradecimentos de praxe, que são inevitáveis na política, especialmente em relação a aliados.

O governador cometeu erro grave quando resolveu bajular o almirante, principalmente no momento em que conferiu-lhe a responsabilidade pela “união das pessoas” em prol da pauta. Soou como se, num rompante deliberado de altruísmo, o ministro tivesse chamado espontaneamente as autoridades de Rondônia para resolver o imbróglio.

E não foi isso que aconteceu.

A conclusão parece óbvia! A bússola do regente do Palácio Rio Madeira está nitidamente desorientada, pois, em primeiro lugar, o chefe do Executivo ignorou todos os deputados – estaduais e federais, além de senadores do estado; em segundo, e talvez seja algo inédito na política tupiniquim, promoveu cena dantesca de adulação mesmo após derrota visceral voltada à mobilização política deficiente do governo e da bancada.

Falando em bancada, não bastasse o opróbrio governamental, há, ainda, o constrangedor auto-enaltecimento retratado através das palavras do coordenador, o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB).

A redução insignificante de 7,4% tornou-se a mola propulsora do início do segundo mandato do emedebista, que, com toda a pompa de autoridade pretensamente importantíssima em Brasília, propaga as próprias bazófias nas redes sociais.

Sobre o assunto, o único fio de honestidade vem de outro parlamentar, Leo Moraes, do Podemos, que continua denominando o reajuste de “assalto legalizado”, chamando, como de costume, as coisas pelo nome.

A verdade é que, no final das contas, o Governo de Rondônia e a bancada federal reprovaram na primeira missão importante de 2019. E o consumidor é quem vai pagar a conta dessa incompetência conjunta.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

Comentários

Leia Também