Defensores de Cassol se apressaram em divulgar que ele começará a cumprir pena em Brasília, mas mantém a pré-candidatura

Precatório

Na segunda-feira (5), em Porto Velho, teve vereador da base aliada profundamente sentido com supostos assessores do ex-senador Expedito Júnior (PSDB), o mandatário de honra da municipalidade. Isso porque não foram chamados na última semana para a famosa boa conversa para aprovar o pagamento nebuloso de um precatório de R$ 50 milhões. O valor total ultrapassa os R$ 200 milhões, mas o precatório foi fragmentado e o plano é quitar em partes.

Irritados

Dois vereadores, irritados, foram tomar satisfação com os assessores de Expedito, tudo porque teriam sido deixados de fora da boa conversa. Os vereadores que tinham falado com os supostos assessores e tinham saído sorridentes do escritório do ex-parlamentar também estavam irritados, porque a coluna explicou que a maioria tinha aceitado votar na surdina a autorização para a prefeitura pagar o precatório. Só os que não aceitaram falar em particular com a turma do ex-senador é que estavam dando risada, principalmente depois de serem informados que o teor da denúncia chegou a alguns promotores de Justiça. Olha que isso vai dar cadeia.

Vigilância

Um escândalo envolvendo o contrato da Prefeitura de Porto Velho com a empresa de monitoramento eletrônico com sede em Manaus causou uma baixa importante na administração Hildon Chaves, em Porto Velho. A reclamação é que haveria indícios de que funcionários seriam admitidos pela empresa também para fins políticos. Para quem não sabe, o valor contratado pelo município ultrapassa os R$ 4,6 milhões, em um prazo de 12 meses. São 43 kits para atender a Semusa.

Gente maldosa

Só falta agora os maledicentes começarem a lembrar de outro escarcéu ocorrido no governo Ivo Cassol, também envolvendo uma empresa de segurança e vigilância. Tudo porque, à época, um relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado apontou um suposto esquema nas escolas estaduais. Foi no primeiro mandato de Cassol.

Esquema

De acordo com o relatório técnico do TCE, havia diversos casos onde o governo Cassol pagava por três postos de vigilância durante a noite, por exemplo, mas a empresa colocava somente um vigilante para trabalhar no local, simplesmente embolsando grande parte do dinheiro sem prestar o serviço. O esquema acabou sendo denominado “episódio da vigilância fantasma”.

Providências

Ivo Cassol anunciou o rompimento do contrato com a empresa de segurança em um palanque, durante uma solenidade. Isso porque uma comissão de vigilantes foi até o então governador e reclamou dos salários atrasados. Indignado, Cassol disse que o contrato tinha acabado naquele momento e que só faria mais um repasse para a empresa, condicionado ao pagamento dos salários atrasados. Ele foi sensível ao problema enfrentado pelos trabalhadores e agiu de forma justa, é preciso se registrar. O governo estava pagando os empresários sem atrasos, por isso não havia razão para que os vigilantes não recebessem.

Injustiça

Só falta agora alguém ficar suspeitando que o ex-senador Expedito Júnior possa saber de algum detalhe a mais sobre um caso desses, somente porque ele é ou já foi ligado a empresa de vigilância. Está certo que ele teve o mandato de senador cassado por comprar votos de vigilantes, por R$ 100,00, dinheiro depositado em conta, como atestavam os contracheques, mas isso não quer dizer que ele tenha conhecimento de nada sobre contratos com empresas de segurança. Além do mais, governo é uma coisa e prefeitura é outra. Nada a ver.

Complica

Aloprados defensores do senador Ivo Cassol (PP-RO) se apressaram a divulgar que ele começará a cumprir pena em Brasília, mas mantém a pré-candidatura. E na matéria ainda citaram que ele limpará uma escola no distrito de Gama, em Brasília, quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira. Cassol precisa escolher melhor seus assessores, pelo jeito.

Como?

Se Cassol vai cumprir pena limpando a escola de segunda a sexta, como fará campanha? Virá para Rondônia de jatinho para estar no colégio no outro dia? A campanha se resumirá a comícios no final de semana? Ele falará com o eleitor por teleconferência? Quanta baboseira. Não é melhor que os defensores do senador comecem a dizer que ele recorrerá à Justiça, para ser liberado de cumprir a pena durante a campanha? Ivo deve se livrar dos aloprados.

Em alta

Como dificilmente Ivo Cassol vá encarar uma campanha ao governo, ao contrário do que dizem os aloprados, a tendência é que Expedito Júnior resolva disputar o cargo. O problema seria onde o ex-senador vai encontrar o dinheiro para pagar a fatura, mas pessoas próximas dizem que ele estaria resolvendo a questão com o Canabrava. Se os supostos assessores de Expedito pararem de correr atrás de pagamento de precatório e passarem a procurar empresários, podem até levantar fundos. 

Até sexta-feira, se não houver nada extraordinário... 

Autor / Fonte: Nilton Salina

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