Cheia desabriga mais de 800 pessoas em Rondônia, Defesa Civil insiste para que famílias evitem áreas de risco

Cheia desabriga mais de 800 pessoas em Rondônia, Defesa Civil insiste para que famílias evitem áreas de risco

Moradora isolada em sua casa no Bairro Nacional, em Porto Velho

Passa de 800 o número de pessoas desabrigadas pelas cheias dos rios Madeira, Mamoré e Candeias, em Rondônia. Subiu para 152 famílias, no total de 756 pessoas o número de desabrigados em Porto Velho. Desse total, 438 ficaram desalojados. Em Nova Mamoré, o rio Mamoré desabrigou seis famílias totalizando 27 pessoas e 19 estão desalojadas, somando 42 pessoas.

A Comissão Estadual de Defesa Civil, que controla a situação na sede do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBM-RO), no Bairro Olaria, volta agora suas atenções para o município de Candeias do Jamari, a 18 quilômetros da Capital, onde 53 famílias estão desabrigadas, totalizando 134 pessoas. Desse número, 27 famílias com 80 pessoas estão desalojadas.

O nível do rio Madeira permanecia na manhã desta terça-feira (12) entre 17m e 17m30 em Porto Velho, com probabilidade de elevar-se em Abunã. Os bairros Triângulo, São Sebastião e da antiga Vila Milagres tem o maior número de famílias atingidas.

Já em Guajará-Mirim, na fronteira brasileira com a Bolívia, o rio Mamoré vai subir, informa o Sistema de Alerta Hidrológico do Rio Madeira, operado pelo Serviço Geológico do Brasil-CPRM.

Tem funcionado assim: o primeiro contato de famílias desabrigadas é feito com a Defesa Civil Municipal. Quando vê esgotados seus recursos, esta comunica-se imediatamente com a Defesa Civil do Estado.

“O governador Marcos Rocha determinou prevenção e pediu a conscientização das pessoas, porque só assim é possível minimizar impactos”, disse o comandante do CBM-RO, coronel Demargli da Costa Farias.

Para o comandante, a experiência de 2014 proporcionou mais experiência à Defesa Civil. “Na cheia atual, a organização é bem melhor, porque houve prevenção”, ele destacou.

ÁREAS DE RISCO

“A cheia é um fenômeno natural, mas a moradia em área de risco ainda provoca reuniões e dá trabalho a órgãos públicos federais e estaduais que poderiam cuidar mais de sua agenda de trabalho”, considerou o comandante. Exemplificou: “DNIT, DER, Seas, PM, Saúde e os próprios bombeiros estariam cumprindo folgadamente sua rotina de trabalho, não fosse ter que socorrer demandas apresentadas pela Defesa Civil”.

Em Porto Velho e Ji-Paraná, os bombeiros arquivam diversos relatórios a respeito de áreas de risco [barrancos, terrenos assoreados, anualmente alagados]. Numa das situações, uma criança morreu afogada quando a família dela habitava pela sexta vez a mesma área condenada.

O CBM-RO pretende estabelecer um pacto com os municípios sujeitos às enchentes: “Essa medida evita que sejamos apanhados de surpresa; o trabalho preventivo pode evitar que famílias resistentes à ideia de mudar voltem a ocupar espaços indevidos”, assinalou o coronel Farias.

Barracas de lona no Ginásio Fidoca; famílias saem cedo para trabalhar

Ele elogia o atendimento da Defesa Civil no atual período, cujo empenho positivo corresponde à expectativa de ribeirinhos e do governo.

Café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Banheiros higienicamente conservados, galões de água potável disponíveis e três caixas-d’água [de mil litros cada] cheias. Barracas de lona abrigam sete famílias. Assim estava na manhã desta terça-feira (12), às 9h, o Ginásio de Esportes Fidoca, no Bairro Agenor de Carvalho, um dos alojamentos dos desabrigados, usado pela primeira vez.

Na visita do subcomandante Gilvander Gregório de Lima ao local, o plantão de servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social de Porto Velho prestou-lhe informações das últimas 24 horas. Um educador social encarregou-se de atender emergências, especialmente à noite, informou o servidor Márcio Noia. Jovens alunos seguem frequentando normalmente escolas, ele disse.

Em 2014, 20 escolas tiveram aulas interrompidas para que seus espaços alojassem famílias desabrigadas.

Autor / Fonte: Montezuma Cruz/secom

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