CONFLITO Rússia descarta avanços nas negociações com a Ucrânia em Istambul Publicada em 22/07/2025 às 15:48 O Kremlin minimizou nesta terça-feira (22) as expectativas para a terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, prevista para esta quarta, em Istambul, na Turquia. Segundo Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa, não há razão para esperar “avanços milagrosos” diante da atual conjuntura do conflito. “Dada a situação no momento, dificilmente haverá um progresso significativo”, afirmou Peskov em entrevista coletiva, sem confirmar oficialmente a presença da delegação russa, mas indicando que a reunião deve ocorrer ainda nesta semana. A rodada ocorre em meio a pressões do presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou impor novas sanções e aumentar tarifas caso Moscou não chegue a um acordo com Kiev dentro de 50 dias — prazo que se encerra antes de setembro. Peskov ressaltou que os representantes russos manterão o foco em “defender os interesses do país” e alcançar os objetivos estratégicos definidos desde o início da ofensiva. Ele também lembrou que os memorandos trocados entre as delegações russa e ucraniana refletem visões “completamente opostas” para a resolução do conflito. Apesar disso, o Kremlin considerou produtivas as trocas de prisioneiros de guerra e corpos de combatentes ocorridas após as duas primeiras rodadas de diálogo. Peskov também não descartou a possibilidade de um encontro futuro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, mas alertou que “ainda há um longo caminho até lá”. Sobre um eventual acordo de paz ainda em 2025, o porta-voz foi cauteloso. “Há muitos fatores em jogo. Fazer qualquer previsão agora seria precipitado”, disse. A terceira rodada acontecerá no Palácio Otomano Çiragan, em Besiktas — mesmo local que sediou as reuniões anteriores em maio e junho. O chefe da delegação ucraniana será o secretário do Conselho de Segurança Nacional, Rustem Umerov, ex-ministro da Defesa. Segundo Zelensky, a prioridade é garantir o retorno de prisioneiros de guerra e das crianças ucranianas levadas para território russo. No entanto, o principal impasse segue sendo o pedido de Kiev por um cessar-fogo incondicional de ao menos 30 dias antes do início de qualquer negociação política — exigência rejeitada por Moscou. “O lado russo precisa parar de evitar decisões. É urgente acelerar as negociações e buscar um cessar-fogo”, declarou Zelensky no último sábado. Do lado russo, a delegação deve ser novamente liderada por Vladimir Medinsky, conselheiro do presidente Putin. Moscou mantém suas exigências para um acordo: a retirada total da Ucrânia das quatro regiões anexadas ilegalmente em 2022 (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia), o veto à entrada na Otan e limites severos ao poder militar ucraniano — condições inaceitáveis tanto para Kiev quanto para os países ocidentais que apoiam a Ucrânia. Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Ucrânia conta com apoio militar e financeiro de países aliados. Em contrapartida, a Rússia tem sido alvo de sanções econômicas que afetam setores estratégicos da sua economia e limitam sua capacidade de sustentar o conflito. Fonte: NOTÍCIAS AO MINUTO Leia Também Rússia descarta avanços nas negociações com a Ucrânia em Istambul ONU diz que funcionários de agência e médicos que atuam em Gaza vem desmaiando de fome e exaustão Brasil deve ampliar comércio com Europa e Ásia sem adotar "olho por olho" contra Trump Chacina de Acari: MPF quer cumprimento de sentença internacional Moraes determina bloqueio de bens e contas de Eduardo Bolsonaro Twitter Facebook instagram pinterest