TRAGÉDIA HUMANITÁRIA Plano militar de Israel pode prejudicar negociações e agravar "trágica situação humanitária" em Gaza, diz Itamaraty Publicada em 08/05/2025 às 15:38 O plano inclui também o aumento dos bombardeios e operações por terra em Gaza, que as forças israelenses voltaram a atacar em março, rompendo uma trégua que estava em vigor desde janeiro. "Tendo em vista que uma escalada militar poderá prejudicar as negociações para cessação das hostilidades e liberação dos reféns, o Brasil exorta Israel a abster-se da implementação do referido plano", afirmou o Itamaraty. "Qualquer operação israelense que resulte no deslocamento de civis agravaria, ainda mais, a trágica situação humanitária, assim como o quadro de mortes e destruição no Estado da Palestina", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores. Ainda no comunicado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou "grave consternação" com a aprovação do plano, acrescentando que a medida desrespeita o direito internacional. Conforme a nota do Itamaraty, Israel tem a obrigação de garantir a prestação continuada de serviços básicos e a entrada de assistência humanitária na Faixa. Limites éticos do governo Netanyahu Desde que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, começou em outubro de 2023, o Brasil tem defendido nos fóruns internacionais um acordo de paz que leve a um cessar-fogo permanente, além da entrada ininterrupta de ajuda humanitária para os palestinos. Nesse contexto, o Brasil propôs no Conselho de Segurança das Nações Unidas uma resolução sobre o tema. O texto, embora tenha obtido o apoio da maioria, não foi aprovado porque os Estados Unidos vetaram. Na ocasião, o então governo de Joe Biden disse que a redação não deixava claro o direito de Israel de se defender de ataques do Hamas. Diante dos constantes bombardeios ao longo da guerra, o Brasil tem questionado o que chama de limites éticos e legais das ações militares do governo Netanyahu, afirmando que israelenses agem como "colonos" com os palestinos e desrespeitam o direito internacional humanitário. O Brasil também tem cobrado a saída "completa" das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Deslocamento após ofensiva 'intensa' Na última segunda-feira (5), Benjamin Netanyahu disse que a nova ofensiva contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza "será intensa" e que, como consequência, a população palestina será deslocada novamente dentro do território. Segundo integrantes do Exército Israelense, os palestinos serão deslocados para o sul do território. Deslocamentos forçados e em massa de pessoas, como já ocorreram diversas vezes durante a guerra, são criticados por órgãos humanitários e bilaterais, como a Cruz Vermelha e a ONU. O eventual deslocamento forçado de palestinos em Gaza, motivado por ações militares de Israel, também foi criticado na nota do Itamaraty. No entendimento do governo brasileiro, pode agravar a situação humanitária na região. Fonte: Filipe Matoso, g1 e GloboNews — Brasília Leia Também Plano militar de Israel pode prejudicar negociações e agravar "trágica situação humanitária" em Gaza Distrito de Calama é contemplado com atendimentos da 9ª etapa do MP Itinerante Casos de demência triplicaram na China em 30 anos, mostra estudo Robert Prevost, 69, é o novo papa Leão 14, primeiro americano da história AGU pede bloqueio de R$ 2,5 bi de 12 associações por fraudes no INSS Twitter Facebook instagram pinterest